Chile aumenta controle nas fronteiras do norte para conter imigração
Para lidar com a crise migratória no norte do país, o governo do Chile enviou tropas militares para controlar o fluxo de pessoas no país latino-americano onde já vivem mais de 1,4 milhão de estrangeiros.
Camilla Viegas, correspondente da RFI no Chile
Nem a inflação que não para de subir, nem o processo constitucional que acaba de ser reiniciado. Segundo pesquisas, a principal preocupação dos chilenos é a criminalidade, que muitos cidadãos do país relacionam com o fenômeno da imigração. Em uma recente sondagem realizada pelo instituto CEP, 60% dos entrevistados disseram que o combate à delinquência, roubos e assaltos deveria ser a grande prioridade do governo, bem à frente da saúde (32%) e das aposentadorias (31%).
A pressão social diante do medo da violência crescente nas ruas do país levou o governo do presidente Gabriel Boric a mobilizar militares na fronteira norte com o Peru e a Bolívia.
“O Chile não faz o que deveria para ter um bom controle (da migração) há muito tempo”, disse a ministra do Interior, Carolina Tohá, durante sua visita à comuna de Colchane, em Tarapacá, no norte do Chile.
A região é considerada o epicentro da crise migratória e foi onde começou, há uma semana, o trabalho de pelo menos 300 militares, que deverão ficar pelo menos três meses a mais no local. O objetivo da operação é reforçar o controle na fronteira com a Bolívia, nas regiões de Arica e Parinacota, Antofagasta e Tarapacá.
Esta não é a única medida que o Estado do Chile tomou para tentar controlar a chegada de pessoas. Há um ano, por exemplo, o governo do então presidente Sebastián Piñera ampliou uma trincheira de 600 metros construída seis anos antes perto de Colchane.
Imigração e “coiotes”
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