Chuva causa morte, enchentes e desabamentos em São Paulo e CET suspende rodízio
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao menos uma pessoa morreu devido à chuva que atingiu São Paulo na tarde desta quarta-feira (8). A tempestade causou 13 pontos de desabamento e 29 de alagamento, incluindo 13 intransitáveis.
A vítima, uma mulher, estava dentro de um carro que ficou submerso na rua Gaivota, no bairro de Moema, e acabou morrendo afogada. Segundo a tenente da Polícia Militar Beatriz Miscow, ela foi resgata pelos bombeiros em parada cardiorrespiratória. Mesmo com a tentativa de reanimação, inclusive com a ajuda de um médico que passava pelo local, ela não retomou consciência.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos.
A chuva desta quarta-feira causou enchentes, desabamentos e quedas de árvores na capital paulista.
Até 18h15, o Corpo de Bombeiros havia recebido 61 chamados por enchentes e 66 para queda de árvores -uma delas caiu na avenida Vila Ema (zona leste).
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, todas as regiões da capital paulista entraram em estado de atenção para alagamentos. Em alguns, como Itaquera, Penha e Ipiranga, o estado chegou a alerta, quando há enchentes e transbordamentos de rios.
Em Ermelino Matarazzo (zona leste) caiu granizo, segundo o órgão.
A Defesa Civil orienta o motorista a fugir de áreas alagadas e buscar o caminho mais seguro. Caso a água comece a tomar a rua e for possível sair do veículo em segurança, a recomendação é deixar o carro e procurar abrigo em locais mais altos.
A chuva causou a queda do teto de uma sala do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), na Vila Olímpia (zona oeste). Segundo a nota enviada pela instituição, o rompimento de um ralo no 5º andar causou um vazamento, que afetou o teto de corredores do 4º, 3º e 2º andares.
A situação já foi controlada, de acordo com o Insper. Não houve feridos e as aulas estão mantidas.
Em Mauá (Grande São Paulo), a queda de um telhado deixou duas crianças com ferimentos leves. Elas foram levadas ao pronto-socorro do Hospital Nardini.
Áreas de instabilidade vindas do interior, formadas pelo ar quente e úmido continuam em atuação na capital paulista. Há potencial para mais queda de granizo e alagamentos.
Imagens do radar meteorológico do CGE da Prefeitura de São Paulo mostram que no momento há uma chuva leve e fraca nas regiões leste e sudeste. Nas próximas horas, a chuva deve perder intensidade, mas a previsão para esta quinta (9) é de novas pancadas generalizadas em toda a região metropolitana, com risco de alagamentos e enchentes.
CHUVA ACIMA DA MÉDIA NO ESTADO
Este início de 2023 tem sido especialmente chuvoso em todo o estado de São Paulo. O temporal que devastou o litoral norte no fim de semana do Carnaval e deixou 65 mortos fez com que fevereiro deste ano se tornasse o terceiro mais chuvoso do estado desde o início da série histórica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em 1943.
Segundo o instituto, a precipitação do período (428,9 mm) ficou 66% acima da média histórica, que é de 257,7 mm. O volume de chuva registrado no mês ficou atrás apenas dos meses de fevereiro de 1995 (445,5 mm) e de 2020 (505,7 mm).
A Defesa Civil Estadual já previa que o litoral norte paulista seria atingido por fortes chuvas em fevereiro deste ano, com 200 mm de precipitação, mas o que se viu foi um fenômeno muito maior, explicado pelo choque de diferentes sistemas climáticos.
Em São Sebastião como um todo, o temporal resultou no acumulado de 626 mm. Enquanto as estações do Jaraguá e da Enseada registraram, respectivamente, 156,78 mm e 129,65 mm no último fim de semana, Barra do Una teve 648,53 mm, e Juquehy 2, 694,22 mm.
Na soma dos 59 dias de janeiro e fevereiro, as estações de Una e Juquehy 2 registraram 882,12 mm e 796,03 mm, respectivamente.