Cientistas transformam aranhas mortas em robôs; veja
(Getty Images)
Cientistas transformam aranhas mortas em pequenos robôs;
Ao controlar as pernas do animal, equipe conseguiu usá-las como garras mecânicas;
'Criação' é durável e capaz de carregar objetos até 130% mais pesados que o corpo da aranha.
Cientistas da Rice University, no Texas (EUA), transformaram o medo de muita gente em realidade ao criar um exército de zumbis. Mas calma, não é bem isso o que você está pensando. O experimento foi feito com aranhas mortas, reanimadas com o intuito de servirem como garras mecânicas.
No estudo publicado, nesta quinta-feira (26), no jornal acadêmico Advanced Science, a equipe de engenheiros apontou que a criação pode ser usada para várias tarefas, desde captura de insetos até montagem de microeletrônicos. O projeto – chamado de necrobótica – consiste em controlar as pernas da aranha morta com sopros de ar. Veja:
O resultado foi bastante positivo, já que as aranhas são capazes de levantar objetos até 130% mais pesados que seu próprio corpo. Além disso, são surpreendentemente duráveis, chegando a aguentar 1 mil ciclos de abertura e fechamento antes de mostrarem sinais de desgaste. Ainda assim, os cientistas planejam incorporar materiais de revestimento poliméricos finos para aumentar a vida útil das garras.
Como funciona
A ideia de criar pequenos zumbis surgiu depois que a equipe viu uma aranha morta movendo coisas pelo laboratório. Eles, então, perceberam que as pernas do artrópode não têm músculos como as dos humanos e que dependem de pressão hidráulica para se moverem – por isso se enrolam quando o animal morre.
A partir daí, os cientistas decidiram tentar controlar as pernas da aranha da seguinte maneira: a principal autora do artigo, Faye Yap, inseriu uma seringa na câmara hidráulica interna de uma aranha morta e depois aplicou um pouco de supercola para mantê-la no lugar. Então, adicionou uma pequena quantidade de ar e as pernas da aranha se abriram instantaneamente.
“A reação típica é um breve período de surpresa, depois um momento ‘a-ha’ em que o mecanismo subjacente e as contribuições de engenharia de nosso trabalho se tornam aparentes”, disse ao Daily Mail Daniel Preston, professor assistente de engenharia mecânica da Rice e coautor do artigo. “Esperamos que esta pesquisa estimule novas ideias sobre como podemos obter e utilizar materiais bióticos de forma respeitosa e sustentável para aplicações robóticas”.
Eventualmente, a equipe testará o conceito em aranhas menores, que podem carregar ainda mais peso com relação ao peso de seu corpo.