Com o aumento da Selic, como fica o cenário de investimentos?
Selic chegou pela primeira vez em 5 anos na casa dos dois dígitos;
Renda variável não deve ser afetada pois a mudança já era esperada pelo mercado;
Renda fixa, por outro lado, deve ter valorização de seus ativos.
Pela oitava vez em seguida o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic do país, que agora está em 10,75% ao ano. Esta é a primeira vez em cinco anos que a taxa ultrapassa a casa dos dois dígitos.
Com isso, muitas pessoas estão se perguntando o que isso muda no cenário dos investimentos, será que vale a pena manter os mesmos investimentos que já tinha antes desse aumento?
A verdade é que essa mudança já era esperada pelo mercado há um tempo, e por isso muitos dos possíveis impactos na renda variável já foram atenuados de antemão e não serão sentidos nos preços das ações.
Inclusive, a renda variável vem apresentando bons resultados neste ano, recuperando parte do que foi perdido no ano anterior. Em janeiro, por exemplo, a bolsa acumulou uma alta de 6,98%.
O motivo da recuperação é devido aos aumentos dos investimentos estrangeiros no país, devido a preocupações com o endurecimento do discurso do Fed, Banco Central do Estados Unidos, sobre as taxas de juros do país.
Investimentos em renda fixa valorizam com aumento da Selic
Por outro lado, se em 2021 com a Selic em 2% os investimentos em renda fixa pareciam coisa de anos passados, quando a Selic estava entre 11% e 14%, agora eles voltaram com força, especialmente os pré-fixados.
Por conta disso, os investimentos indexados à Selic, ao CDI e à inflação são uma boa opção para o investidor que quer aproveitar a alta dos juros para ter um bom rendimento, sem os riscos da renda variável.
É, no entanto, sempre bom pensar em diversificar os investimentos ao invés de focar em só um tipo. Ao invés de focar em um único tipo de pré-fixado, porque não dividir a renda e colocar um pouco em inflação, um pouco em pós-fixado e um pouco que garanta uma renda a médio e longo prazo?
Em termos práticos, se não houver uma disparada da inflação, o que não é a crença do mercado, rentabilidades de 110% do CDI para CDBs, LCs e RDBs e 95% do CDI para LCIs e LCAs devem remunerar acima da inflação, o que representa um ganho real de capital.