Com Selic em 10,75% ao ano, Brasil se torna país com maior taxa de juros
Esse é o oitavo aumento consecutivo da taxa.
Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação;
Brasil se tornou país com maior taxas de juros reais e terceiro em juros nominais.
Nas reuniões do dia 1º e 2º de fevereiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 9,25% para 10,75% ao ano. A decisão, que já era esperada pelos analistas financeiros, marcou o oitavo aumento em sequência da taxa.
É a primeira vez também que a taxa atinge os dois dígitos desde julho de 2017, quando saiu de 10,25% para 9,25% ao ano, em um contexto de baixas seguidas do índice. A Selic chegou a alcançar o marco de 2% ao ano em agosto de 2020, o menor nível já registrado desde 1986.
Selic é a principal ferramenta do BC no controle da inflação
A taxa Selic é o principal recurso que o Banco Central tem para exercer controle na inflação do país, que já acumulou uma alta de 10,16% em 2021, segundo o INPC, e 10,06% segundo o IPCA. Esse valor foi de quase o dobro do teto estabelecido pelo BC, que almejava uma inflação de no máximo 5,25% no ano passado.
Esse aumento descontrolado pode ser explicado devido ao aumento do dólar, dos combustíveis e da energia elétrica, o que elevou os preços de produção, importação e frete de todos os produtos do país.
O reajuste desta semana da Selic vem como forma de manter a inflação deste ano sob controle. Para 2022, a meta é de uma inflação de 3,5%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual. Ou seja, uma base 2% e um teto de 5%.
No entanto, segundo o boletim Focus, analistas do mercado financeiro estimam que o ano fechará com uma inflação acima do teto, marcando 5,38%.
Brasil se torna país com maior taxa de juros
De acordo com um levantamento realizado pela MoneYou e pela Infinity Asset Management, com o novo aumento da Selic o Brasil se tornou o país com maior taxa de juros do mundo. Isto marca o retorno do país à posição em que ocupava em outubro do ano passado, quando foi ultrapassado pela Turquia.
O índice leva em conta os juros reais, que são calculados subtraindo a inflação prevista para os próximos 12 meses. Neste caso, levou-se em conta a previsão do mercado de 5,38%.
Ranking de juros reais
Brasil: 6,41%;
Rússia: 4,61%;
Colômbia: 3,02%;
Chile: 2,09%;
México: 1,99%;
Indonésia: 1,09%;
Hungria: 0,52%;
Turquia: 0,37%;
Malásia: 0,22%;
República Checa: 0,02%;
Já levando em consideração a taxa de juros nominais, que não levam em conta a inflação, o Brasil fica atrás da Turquia, que estava em 8º na outra lista, e da Argentina, que aparecia em 40º.
Ranking de juros nominais
Argentina: 40%;
Turquia: 14%;
Brasil: 10,50%;
Rússia: 8,50%;
México: 5,50%;
Chile: 5,50%;
Índia: 5,40%;
China: 4,35%;
África do Sul: 4%;
Colômbia: 4%