Combate à corrupção recua ou estagna em países antes considerados "limpos"
Os países mais bem classificados no ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional (TI) regrediram na luta contra esse mal. Canadá, Estados Unidos e Chile são exemplos desse recuo, assinala o relatório anual da ONG publicado nesta terça-feira (25). O Brasil piorou duas posições no levantamento que focalizou 180 países. Ele caiu para a 96ª posição, depois de ocupar o 94° lugar em 2020.
Em sua fotografia geral de 2021, a TI critica que alguns presidentes, como Jair Bolsonaro no Brasil ou Nayib Bukele em El Salvador, usaram a luta contra a corrupção como bandeira de campanha para atrair um eleitorado decepcionado com os políticos tradicionais e "cansado da corrupção". Mas estes líderes "não apresentaram avanços na luta contra a corrupção e, sim, adotaram medidas antidemocráticas e regressivas".
Em dez anos, a América Latina aparece estagnada no combate a esse mal, o que abala a democracia e os direitos humanos. Há retrocessos alarmantes na Venezuela e em países da América Central, alerta a ONG.
"Os líderes corruptos atacam ativistas e consolidam seu poder, ao mesmo tempo que atacam os direitos da imprensa, da liberdade de expressão e da liberdade de associação", denunciou a argentina Delia Ferreira Rubio, presidente da TI.
Chile diante de um novo desafio
"A corrupção nos países mais bem avaliados no índice assume formas menos flagrantes", sublinha o documento. A pandemia de Covid-19 colocou à prova a resistência dessas nações. Por outro lado, elas mostraram que não têm força para enfrentar o desafio da corrupção em redes cada vez mais globais, afirma a TI.
Com informações da AFP
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