Companhias aéreas de baixo custo e mais destinos favorecem o Rio
Em 2020, a pandemia fez o mundo parar. Dois anos depois, com vacinação avançada e menos restrições sanitárias, a aviação civil tem a oportunidade de retomar o crescimento sustentado.
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O Brasil já retomou 100% da quantidade de voos do período pré-pandemia. E como somos um país de dimensões continentais e tremendo potencial turístico, a aviação ainda tem muito espaço a ganhar com maior competitividade e melhor aproveitamento da infraestrutura aeroportuária.
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Para aumentar a competividade, é fundamental a entrada de companhias aéreas econômicas, as chamadas low cost. Este é um modelo consagrado na Europa e nas Américas e foi responsável pelo forte crescimento da aviação civil no mundo nas últimas duas décadas. Uma característica fundamental é a oferta de serviços opcionais, como a marcação de assentos ou o despacho de bagagem. Dessa forma, elas oferecem tarifas bem mais baixas a quem não precisa desses serviços.
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No caso da bagagem, em voos domésticos, apenas 30% dos passageiros despacham suas malas. Isso significa que num voo com o despacho da bagagem “grátis” (mas na verdade incluído na tarifa de todos), 70% dos passageiros pagam para usar um serviço de que não necessitam. Voltar a esse modelo inviabilizaria a chegada das companhias low cost ao mercado doméstico brasileiro, o que poderia desfazer avanços regulatórios importantes implementados nos últimos anos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC). O veto presidencial a este dispositivo da MP 1089/21 foi muito acertado.
O RIOgaleão, com trabalho comercial intenso, foi a porta de entrada das low cost no país, como a chilena Sky, a argentina FlyBondi e a norueguesa Norwegian Air. A nossa experiência mostra que a chegada dessas companhias impulsiona o mercado. A Norwegian duplicou o número de passageiros no mercado Rio-Londres em maio de 2019, apenas dois meses após entrar em operação.
No Rio de Janeiro a malha aérea tem grande potencial de expansão, e o setor de aviação é fundamental para a retomada do turismo no estado. A Cidade Maravilhosa é a 2ª maior região metropolitana brasileira, tem o 2º maior PIB do Brasil, abriga um aeroporto internacional pronto para receber 35 milhões de passageiros/ano e um aeroporto no Centro, dimensionado para mercados corporativos e aviação executiva. No entanto a conectividade aérea da cidade não reflete esses atributos excepcionais.
Para alcançar o pleno potencial da infraestrutura disponível e maximizar a malha aérea do Rio, é necessária uma coordenação proativa desses dois aeroportos. Essa coordenação, assim como é feito em Belo Horizonte desde 2004, possibilitará que voos internacionais cheguem ao Galeão e se conectem eficientemente à malha doméstica. Com os aeroportos da cidade trabalhando de forma complementar, o Rio retomará a sua posição natural de hub internacional e doméstico. Os usuários terão mais opções de destinos, passagens mais baratas, impulsionando o turismo de lazer e de negócios. A entrada das low cost no nosso mercado potencializará esse cenário virtuoso. Vamos torcer para que em muito breve o Rio possa comemorar essas duas vitórias.
*Alexandre Monteiro é presidente do RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim