Controladoria investigará propaganda de Covas em entrega de cestas básicas
A Controladoria-Geral do Município (CGM), órgão fiscalizador da Prefeitura de São Paulo, abriu sindicância para investigar a participação de carros de som com propaganda do prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, próximo a um local de distribuição de cestas básicas na Brasilândia, na zona norte da capital paulista.
Em vídeo que circula nas redes sociais, um carro de som adesivado com o número de Covas toca o jingle da campanha do tucano na rua Raulino Galdino da Silva, no Morro Grande, a poucos metros da entrega das cestas.
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Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, a Prefeitura informou que a doação de alimentos faz parte do Programa Cidade Solidária, instituído no início da pandemia. Moradores da região, no entanto, afirmaram à reportagem que a entidade sempre distribuiu leite duas vezes por semana, mas essa foi a primeira vez que doou cestas básicas.
Covas disse que pediu a investigação à CGM: “Em nenhum momento a campanha se utilizou dessa distribuição. Já determinei à Controladoria que investigue o que aconteceu na Brasilândia e quem são os responsáveis”.
A campanha de seu adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL), acionou a Justiça Eleitoral contra Covas, acusando abuso de poder político “em prol da promoção do candidato à reeleição”.
À Justiça Eleitoral, os advogados de Boulos pedem que o caso seja investigado e testemunhas, ouvidas. O caso precisará ser analisado por um magistrado do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), que decidirá se acolhe ou não a ação. Esta é a segunda ação de Boulos apresentada nesta semana em que Covas é acusado de abuso de poder.
Caso a Justiça decida que houve abuso, o registro da candidatura de Covas poderá ser cassado. O tucano também poderá ficar inelegível.
“A distribuição foi feita às escâncaras, enquanto carros de som oficiais de campanha do representado tocavam jingles de campanha e militantes distribuíam flyers informativos do candidato”, diz o pedido da campanha de Boulos.
A defesa de Boulos alega que “houve uso de programa social em benefício” da candidatura de Covas.
“A mera distribuição das cestas a uma semana do segundo turno das eleições já seria suficiente para denotar a prática do abuso. Não bastasse isso, houve efetiva vinculação da distribuição das cestas com a campanha do representado, candidato à reeleição”, dizem os defensores da campanha de Boulos.
Eleição não pode ser vale-tudo.
Estamos acionando a Justiça Eleitoral para que avalie cada uma das denúncias em relação à distribuição de cestas básicas na véspera das eleições e julgue se estão sendo cometidos crimes eleitorais! pic.twitter.com/pbWbf3iMRQ— Guilherme Boulos 50 (@GuilhermeBoulos) November 27, 2020