Coronavírus: Bolsonaro coloca brasileiros em "grave perigo", diz ONG Humans Right Watch
Por Paulo Pacheco (@ppacheco1)
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu duras críticas da ONG Humans Right Watch, que atua na defesa e na realização de pesquisas em relação aos direitos humanos, sobre sua atuação no combate à pandemia do novo coronavírus. Em relatório publicado pela organização internacional, na última sexta-feira (10), o chefe do Executivo é chamado de "irresponsável" e acusado de colocar os brasileiros em "grave perigo".
"O presidente Jair Bolsonaro está colocando os brasileiros em grave perigo ao incitá-los a não seguir o distanciamento social e outras medidas para conter a transmissão da Covid-19, implementadas por governadores no país inteiro e recomendadas por seu próprio Ministério da Saúde", diz o relatório. "Ele também age de forma irresponsável disseminando informações equivocadas sobre a pandemia", continua o texto publicado pela ONG.
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A Humans Right Watch ainda elenca uma série de medidas e declarações de Bolsonaro, como a decisão de editar uma MP (Medida Provisória), em 20 de março, para retirar dos estados a competência para restringir a circulação de pessoas como forma de conter a Covid-19. Quatro dias depois, a medida foi derrubada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O relatório também afirma que o presidente tem minimizado a gravidade do coronavírus, chamando-o de "resfriado" e "gripezinha", além de ser uma "fantasia" criada pela imprensa, apesar do "risco potencialmente fatal para a saúde dos brasileiros".
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Segundo a ONG, Bolsonaro coloca os brasileiros em risco de contágio ao "repetidamente" desconsiderar as recomendações de distanciamento social e incentivar as pessoas a fazerem o mesmo. O relatório lembra que Bolsonaro pediu para que os brasileiros "voltassem à normalidade" durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, em 24 de março.
"Ele conclamou as pessoas a participarem de uma manifestação pró-governo no dia 15 de março e interagiu com os manifestantes, inclusive apertando as suas mãos. Na época, ele deveria estar em quarentena, já que 24 pessoas de uma delegação oficial que viajou com ele para os Estados Unidos haviam testado positivo para o vírus", diz o texto.
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