Coronavírus: Doria ameaça suspender flexibilização se taxa de isolamento cair antes da hora
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ameaçou suspender a flexibilização e reabertura do comércio no estado de São Paulo no próximo dia 11 de maio caso os índices de isolamento social fiquem abaixo dos 50%, meta estipulada pelo governo.
Nesta quinta-feira (23), foi anunciada que a taxa de isolamento registrada na Região Metropolitana da Grande São Paulo na quarta (22) foi de 48%.
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“Se não tivermos uma taxa superior a 50% podemos rever a etapa que sucede a atual quarentena. É importante que as pessoas sigam as orientações para que fiquem em casa. Não podemos flexibilizar (as medidas restritivas) se tivermos índices menores de 50%. Ontem (quarta), não foi atingido, mas nos últimos 4 dias superamos esse índice. Se ficarem em casa, manteremos o nosso planejamento de flexibilização a partir de 10 de maio”, indicou Doria.
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Na terça (21), feriado em homenagem a Tiradentes, o índice foi de 57%. Nas últimas semanas, o estado só tem conseguido alcançar índices perto de 60% nos feriados e finais de semana.
Na véspera, Doria havia anunciado um plano, que será detalhado em 8 de maio e entrará em vigor no dia 11, para afrouxar a quarentena no Estado, que mantém fechados estabelecimentos comerciais considerados não essenciais desde 24 de março.
“A partir do dia 11 de maio, quando finaliza nossa quarentena decretada, faremos a reabertura gradual, heterogênea e segura da economia de São Paulo. Aqui em São Paulo, nem a economia se sobrepõe à medicina, à saúde e à ciência. Vamos levar em consideração as situações locais e regionais para determinar quais setores podem retornar à normalidade com as devidas medidas de proteção”, explicou Doria, um dia antes.
A implementação dessa reabertura será em fases, regionalizada e setorial. “De forma nenhuma esse movimento será desordenado, com flexibilização aleatória e desrespeitando a ciência”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.
CRITÉRIOS
Cada região do estado de São Paulo será classificado em três níveis de risco: zona vermelha, zona amarela e zona verde.
As cores serão definidas de acordo com o número de novos casos de Covid-19; de acordo com a quantidade de leitos de UTIs livres; e de acordo com o número de testes disponíveis para aquela determinada região.
Antes de serem reabertos, cada setor econômico também terá protocolos de higiene e segurança que serão definidos pelo governo.
“Trabalharemos em conjunto para que as regiões sejam definidas por níveis de risco. Teremos três níveis de risco: zona vermelha, amarela e verde. Lembrando que hoje todas as nossas regiões estão entre vermelha e amarela, uma vez que para estar na zona verde precisamos alcançar um baixo número de casos, baixa ocupação dos leitos de UTI e testes disponíveis, além de ter protocolos setoriais implementados”, detalhou a secretária do Desenvolvimento Econômico.
A definição e classificação da cor de cada município será feito nos próximos dias e em conjunto com a secretaria de Saúde. As classificações, no entanto, não serão fixas e poderão ser revisadas de acordo com a situação de cada região. Um município classificado inicialmente como zona verde pode, se apresentar um aumento no número de casos, ser reclassificado para zona amarela.
O governador fez questão de listar todas as áreas da economia que se mantiveram abertas durante a quarentena. “São Paulo não parou. Ao todo, praticamente 74% da economia paulista funciona desde o primeiro dia da quarentena”, afirmou Doria.
QUARENTENA SEGUE
Até 10 de maio, no entanto, estão mantidas todas as medidas restritivas determinadas pelo governo do estado. “Até lá, não haverá mudanças ou alterações na quarentena em todo estado de SP. A obediência deverá ser feita rigorosamente”, salientou. “Não estamos anunciando que a partir do 11 de maio não teremos nenhuma quarentena”, complementou o governador