Corpo de ativista LGBT morto em Maricá foi sepultado neste sábado
RIO - Márcio Velloso da Silva, de 55 anos, morador de Maricá, foi vítima do que ele passou os últimos anos tentando combater: a violência contra os homossexuais. É nisso que acreditam os amigos do ativista morto na tarde de quinta-feira, num condomínio do Minha Casa Minha Vida, em Itaipuaçu. O corpo dele foi sepultado nesta tarde no cemitério do município.
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do assassinato e que, após perícia, as arma dos envolvidos foram recolhidas para confornto balístico. As investigações ainda estão em andamento, segundo a especializada.
— A gente tem certeza de que foi um crime de homofobia, porque o Marcio era uma pessoa querida e respeitada. Ninguém tinha nada contra ele lá no Minha Casa Minha Vida. Ele se relacionava bem com todos. Mas, a gente está num momento em que voltou todo esse preconceito e discurso de ódio contra a comunidade LGBT — afirmou Carlos Alves, que era amigo pessoal da vítima há mais de oito anos.
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Segundo Carlos Alves, que é coordenador LGBT da prefeitura, desde 2013 já foram registrados oito assassinatos de homossexuais na cidade, sendo que em apenas dois casos a autoria foi desvendada após as investigações. Ele teme que o caso de Márcio seja mais um a ficar sem punição.
Márcio, que era cabeleireiro, foi morto por volta do meio-dia de quinta-feira na sua casa.
“Esse é mais um crime de ódio e preconceito Lgbtfóbico, lutaremos por justiça e a elucidação desse caso”, diz a nota divulgada pelo Fórum LGBT de Maricá e Itaipuaçu, do qual a vítima era integrante.
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Carlos contou que segundo relato de testemunhas, Marcio morreu antes mesmo de receber o socorro de vizinhos que ouviram seus gritos e foram em seu auxílio.
— Foi um ataque tão brutal que ele não resistiu nem chegar ao hospital e morreu em casa. Os vizinhos que foram em socorro acolheram ele e encontraram aquela cena.
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A funcionária pública Lúcia Maria Martins, que se diz “irmã de coração” da vítima, também seu compadre e que morava numa casa cedida por ela, é outra que acredita na hipótese de homofobia, para justificar a a motivação do crime:
—Acho que tem a ver com homofobia. Meu irmão era um brincalhão. Pode ter feito alguma brincadeira com esse garoto que pode tê-lo deixado ofendido — acredita Lúcia, para quem o crime foi praticado por um jovem vizinho, com base em relato de testemunhas..
Segundo Lúcia, o rapaz suspeito de ter matado Marcio morava no mesmo condomínio e era filho de uma mulher que vendia quentinhas para os moradores, e tinha o ativista como cliente.