Covid: 17% dos hospitais privados de São Paulo registraram aumento de casos nos últimos 10 dias

Um novo levantamento do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) mostrou que, nos últimos 10 dias, cerca de 2 a cada 10 hospitais privados (17%) registraram um aumento nos atendimentos de casos de Covid-19. Nestas unidades, 38% relataram que o crescimento da doença foi entre 11% e 20%.

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O sindicato ouviu 53 hospitais privados, 34% deles na capital e 66%, no interior. Segundo o levantamento, a estimativa é que o aumento dos casos seja observado de forma mais significativa na capital paulista.

De acordo com os dados do governo de São Paulo, ontem a média móvel no estado estava em 1.487 novos casos de Covid-19 a cada dia. O número é 16,7% menor que os 1.786 diagnósticos diários registrados duas semanas antes – o que indica uma tendência de queda, ainda que pequena.

No entanto, em relação às internações, da rede pública e privada, ontem a média estava em 241 novas ocorrências a cada dia, número 36,2% maior que as 177 registradas 14 dias antes, em tendência de crescimento. O aumento nas hospitalizações, e não nos casos, pode indicar uma subnotificação devido à baixa procura pelos testes.

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Na última onda vivida pelo estado, em novembro do ano passado, as internações chegaram a um pico de 475 em média diariamente. Esse ápice tem sido cada vez menor a cada onda desde março de 2021, quando São Paulo teve a pior fase da pandemia e chegou a registrar 3.598 internações a cada 24 horas.

Para o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, o cenário mostra que o vírus ainda tem uma alta disseminação e reforça a importância de se completar o esquema vacinal para evitar a evolução para quadros graves.

"Como ainda parte dos hospitais registra aumento de atendimentos Covid, indica que o vírus está em circulação e devemos tomar todas as medidas preventivas para evitar uma nova onda", diz em comunicado.

O Ministério da Saúde indica o esquema de três aplicações para todos com mais de seis meses de idade, ou seja, também crianças e adolescentes. Já a quarta dose é para aqueles a partir de 40 anos. Em muitos estados e municípios, esse segundo reforço é ampliado para todos com mais de 18 anos, o que não tem contraindicação, embora os benefícios sejam limitados.

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Ontem, o Brasil também deu início a uma nova etapa da campanha de vacinação com as doses bivalentes, que ampliam a proteção contra a variante Ômicron. Elas são destinadas a grupos prioritários, como uma nova dose de reforço, que pode tanto substituir a terceira ou a quarta para os atrasados, como ser uma quinta para quem está com a caderneta em dia. Ela deve ser feita no período de quatro meses da última aplicação.

Nesse primeiro momento, estão elegíveis pessoas a partir de 70 anos; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos (abrigados e os trabalhadores); imunossuprimidos a partir de 12 anos e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Nas próximas etapas, que vão até abril, serão incluídas pessoas de 60 a 69 anos de idade; gestantes e puérperas; trabalhadores da saúde; pessoas com deficiência permanente a partir de 12 anos; pessoas privadas de liberdade e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas.