Covid-19: plasma convalescente funciona para pacientes imunocomprometidos, diz estudo
A transfusĂŁo de plasma convalescente, plasma sanguĂneo com alto nĂvel de anticorpos de pessoas que se recuperaram da Covid-19, funciona bem para pessoas imunocomprometidas. A conclusĂŁo Ă© de um relatĂłrio publicado recentemente na revista JAMA Network Open.
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No inĂcio da pandemia, esse tratamento foi surgiu como uma possibilidade de curto-prazo no combate Ă doença. A lĂłgica do recurso mĂ©dico Ă© simples: anticorpos neutralizantes presentes no plasma de uma pessoa jĂĄ imune, ao serem transferidos para outro organismo, ajudam o sistema imunolĂłgico do paciente a se defender.
Entretanto, com o passar dos meses, evidĂȘncias mostraram que o tratamento Ă© caro, demorado e, principalmente, nĂŁo reduz as mortes por Covid-19 ou previne doenças graves, e o tratamento parou de ser indicado por autoridades e agĂȘncias de saĂșde.
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No entanto, o estudo da Universidade Johns Hopkins mostrou que o tratamento pode beneficiar um grupo especĂfico de pacientes. Os pesquisadores analisaram nove estudos, com metodologias diferentes, que incluĂram apenas pacientes imunocomprometidos.
Os resultados mostraram que a transfusĂŁo de plasma convalescente reduziu em 37% o risco de morte em pacientes imunocomprometidos. Esse grupo de pessoas Ă© extremamente vulnerĂĄvel Ă infecção pelo novo coronavĂrus. Eles nĂŁo respondem bem Ă s vacinas e podem usar poucos medicamentos.
De acordo com os pesquisadores, muitos desses pacientes nĂŁo podem tomar o antiviral Paxlovid porque interfere com outros medicamentos que tomam. Os anticorpos monoclonais, antes populares para prevenção e tratamento para esse grupo, nĂŁo sĂŁo mais usados ââporque as variantes do coronavĂrus mudaram e esses medicamentos nĂŁo sĂŁo mais eficazes contra elas.
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AlĂ©m disso, pessoas imunocomprometidas Ă s vezes tĂȘm âcovid latenteâ. Elas permanecem com o vĂrus no corpo por meses porque nĂŁo tĂȘm anticorpos para combatĂȘ-lo, o que dĂĄ aumenta o risco do surgimento de novas mutaçÔes.
Entretanto, especialistas alertam para a necessidade de realizar estudos randomizados controlados com esses pacientes, que sĂŁo o padrĂŁo-ouro para avaliar a eficĂĄcia de novos tratamentos, antes de autoridades de saĂșde indicarem a transfusĂŁo de plasma sanguĂneo como uma terapia eficaz para esse grupo.