CPI: Copa América é 'evento pequeno' e sem 'risco adicional', diz Queiroga
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a realização da Copa América no Brasil não representa um "risco adicional" para transmissão do novo coronavírus no país por se tratar de um "evento pequeno".
A avaliação foi feita pelo integrante do governo Jair Bolsonaro durante seu segundo depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, nesta terça-feira (8), um mês depois de prestar depoimento pela primeira vez, em 6 de maio.
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Após desistências da Colômbia e da Argentina de sediar a competição, o Brasil tem sido alvo de críticas ao se oferecer para realizar o evento no momento em que o país registra elevados números de contágio e mortes por Covid-19.
Queiroga negou que tenha "dado aval" para a realização ou não torneio, e disse que somente avaliou e aprovou os protocolos sanitários aplicados pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
"O esporte está liberado no Brasil e não existe provas de que essa prática aumenta o nível de contaminação dos atletas. Qualquer jogador para entrar no Brasil precisa fazer o exame RT-PCR. Pedi para diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia para fazer uma revisão sistemática da literatura e não consta que essa prática (da Copa América) aumente a circulação do vírus que possa colocar em risco a vida dos jogadores ou dos membros da comissão", afirmou o ministro.
Em seguida, Queiriga foi questionado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se o percentual de vacinados no Brasil foi levado em consideração pelo Ministério da Saúde como critério para realização de um "evento esportivo de grandes proporções no Brasil".
"Esse evento não é um evento de grandes proporções. É um evento pequeno. A Copa América é um evento pequeno, com um número pequeno de pessoas. Não é uma Olimpíada. Os protocolos que foram apresentados são seguros e que permitem dizer que, se forem cumpridos, não teremos riscos adicionais aos jogadores que participam dessa competição", argumentou Queiroga.
2º DEPOIMENTO DE QUEIROGA NA CPI
Médico e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Queiroga é o quarto ministro à frente da pasta durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele assumiu o ministério em março deste ano, após a saída do ex-ministro Eduardo Pazuello e em meio a um pico de mortes e contaminações por covid-19.
Queiroga foi reconvocado para depor na CPI da Covid porque os senadores consideraram que suas respostas em 6 de maio contiveram muitas contradições e não esclareceram os pontos investigados. O médico se recusou a responder diversas perguntas de maneira objetiva, o que irritou senadores.
O senador e presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), chamou a atenção do ministro diversas vezes, pedindo para que respondesse sem fugir do assunto. "O senhor é testemunha, tem que responder 'sim' ou 'não'", disse Aziz.
Depois do depoimento, Aziz afirmou que fala do ministro foi uma "grande decepção" e aprovou, algumas semanas depois, a sua reconvocação.
Entenda as principais dúvidas e as perguntas não respondidas que levaram ao segundo depoimento do atual ministro da Saúde à CPI da Covid.