AFP
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira (27), a prisão de três homens que supostamente participaram de uma conspiração apoiada por Teerã para assassinar a jornalista dissidente iraniana Masih Alinejad.Todos os três eram membros de um grupo do crime organizado do Leste Europeu com laços com o Irã, disse o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, em coletiva de imprensa.O anúncio das três prisões e o indiciamento por tentativa de homicídio ocorre seis meses depois que um dos homens, Khalid Mehdiyev, foi detido em frente à casa de Alinejad em Nova York com um fuzil de assalto AK-47 carregado.Mehdiyev, preso em 29 de julho, foi encarregado da tarefa por dois líderes da gangue, Rafat Amirov e Polad Omarov, de acordo com Garland.Amirov foi detido nos Estados Unidos na quinta-feira e Omarov foi preso no início deste mês na República Tcheca e agora está sob custódia dos EUA.Garland afirmou que as acusações contra ele "resultam de uma investigação em andamento sobre as tentativas do governo do Irã de assassinar em solo americano uma jornalista, autora e ativista de direitos humanos que é cidadã americana de origem iraniana".O procurador-geral não nomeou Alinejad diretamente, mas deixou claro que era ela, referindo-se a uma tentativa anterior em 2021 por parte de agentes iranianos de sequestrar a ativista de 45 anos e levá-la de volta ao Irã."O governo do Irã continuou a atacar a vítima desde então", disse Garland.Segundo a ata de acusação, Amirov é líder de uma gangue criminosa não identificada e mora no Irã. Ele ordenou que Omarov realizasse a operação e Omarov instruiu Mehdiyev para realizá-la."Depois de receber a ordem de Amirov, Omarov enviou a Mehdiyev fotos da vítima e de sua casa, bem como seu endereço", explicou o procurador-geral.Garland não detalhou nenhum vínculo entre Amirov e o governo do Irã, enfatizando que o caso ainda está sob investigação."Como também apontamos em uma acusação anterior, o Irã estava tentando assassinar esta vítima. Isso é tudo que podemos dizer neste momento", declarou.Alinejad, nascida no Irã e cidadã dos Estados Unidos, é conhecida por suas críticas ao regime clerical do Irã, incluindo a exigência de que as mulheres usem o véu. Ela fundou o movimento My Stealthy Freedom, que incentiva as mulheres a retirar o hijab.Em um tweet na sexta-feira, Alinejad disse que tinha acabado de saber "que os três homens contratados pelo regime iraniano para me matar em solo americano foram indiciados"."A Guarda Revolucionária Islâmica realiza essas operações terroristas há quatro décadas", afirmou, referindo-se ao exército ideológico da república islâmica iraniana.pmh/bgs/ad/db/ic/mvv