Crime em Foz: vigilante afirma que atirador gritou 'aqui é Bolsonaro' antes de atirar
- Opa!Algo deu errado.Tente novamente mais tarde.
- Jair BolsonaroCapitão reformado, político e 38º presidente do Brasil
Uma vigilante afirma ter escutado o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho gritar "aqui é Bolsonaro" antes de matar o guarda municipal Marcelo Arruda no último sábado (9). Arruda comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT em Foz do Iguaçu (PR). As informações foram publicadas pelo UOL.
O depoimento da vigia não entrou na conclusão da investigação embora esteja no inquérito. A Polícia Civil do Paraná, que solicitou sigilo do processo à Justiça, concluiu na sexta (15) o inquérito com o indiciamento de Guaranho, acusado de homicídio qualificado por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas. A pena pode variar de 12 a 30 anos de cadeia. Durante entrevista coletiva, a delegada Camila Cecconello declarou que não houve motivação política para o crime.
A vigilante Daniele Lima dos Santos fazia patrulha de moto na rua onde ocorreu a festa, quando ouviu o atirador dizer em dois momentos distintos "aqui é Bolsonaro" . A primeira vez, segundo ela, aconteceu quando o policial chegou ao local da festa acompanhado da esposa e da filha de três meses. E a segunda se deu quando ele voltou sozinho e desferiu dois tiros contra o aniversariante.
Em seu depoimento, Daniele Lima ainda conta que viu pelo retrovisor quando Guaranho voltou em alta velocidade. Segundo ela, o homem quase a atropelou. Quando ouviu os tiros às 23h54, a vigia ligou para a polícia e mandou mensagem para o patrão relatando o ocorrido. Daniele disse não saber quanto tempo demorou para o policial penal voltar a festa, mas, com base em depoimentos de outras pessoas e de acordo com as imagens das câmeras de segurança, foi possível confirmar que Guaranho voltou em aproximadamente 20 minutos depois.
A família de Marcelo Arruda cita o depoimento da vigilante para contestar o relatório final da Polícia Civil. Um dos advogados da família afirma que a polícia ignorou o depoimento da vigilante e que a conclusão das investigações só levam em conta o depoimento da esposa de Guaranho. Para a família, o depoimento de Daniele Lima dos Santos demonstra que houve premeditação e motivação política para o crime.
O inquérito da polícia será encaminhado ao Ministério Público do Paraná, que ficará responsável em oferecer denúncia à Justiça. Ao comentar a morte de Arruda neste sábado (16), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse se tratar de "uma briga estúpida e sem razão". Durante sua fala a evangélicos em uma igreja da Assembleia de Deus em Natal (RN), Bolsonaro reclamou de estar sendo associado ao crime.