Crise sanitária: Hospital de campanha Yanomami em RR fez 150 atendimentos em 3 dias
A estrutura foi montada em uma semana, após o anúncio do presidente Lula (PT), que visitou RR e classificou como desumana a situação dos Yanomami.
A crise sanitária que provocou a abertura do hospital de campanha montado para atender indígenas Yanomami doentes, na capital de Roraima, realizou em apenas três dias 150 atendimentos até este domingo (29).
A unidade de atendimento estruturada pela Aeronáutica, começou a funcionar na última sexta-feira (27), na Casa de Saúde Indígena (Casai), região de Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, e é uma alternativa para enfrentar a crise humanitária na saúde Yanomami.
A estrutura foi montada em uma semana, após o anúncio do presidente Lula (PT), que visitou Roraima e classificou como desumana a situação dos Yanomami. Cerca de 30 militares integram a equipe da unidade.
A parte estrutural do hospital de campanha para Boa Vista foi transferida do Rio de Janeiro após decisão do Ministério da Saúde, anunciada no último dia 21.
O local possui seis leitos de repouso, que são espaços para os indígenas que precisam ficar em observação.
O hospital tem estrutura para estabilizar o paciente, mas não para internação. Neste caso, os indígenas que precisarem, serão enviados para o Hospital Santo Antonio, no caso de crianças, e ao Hospital Geral de Roraima, no caso de adultos.
Dentro do território Yanomami, não há hospitais, apenas um posto que funciona como uma unidade de referência na localidade. É para lá que, inicialmente, os casos que precisam de maior atenção são levados. Depois, os pacientes são removidos de avião até Boa Vista, onde são encaminhados para as unidades de atendimento.
Segundo o Hospital Geral de Roraima, o número de atendimentos prestados aos Yanomami entre 19 e 29 de janeiro chegou a 14. Destes, seis permaneceram e foram internados na unidade, que é a maior do estado.
No único hospital infantil em Roraima, o Hospital da Criança Santo Antônio, 43 meninos e meninas yanomami estão internados e oito delas estão nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). As principais causas dessas internações são: doença diarreica aguda, gastroenterocolite aguda, desnutrição, desnutrição grave, pneumonia, acidente ofídico e malária.
A Terra Yanomami está no centro do debate nacional após dezenas de denúncias revelarem o caos sanitário na saúde. São relatos e imagens que expõem indígenas extremamente desnutridos e com malária, abandonados pelo governo.
No dia 16 de janeiro, indígenas começaram a ser resgatados da Terra Indígena Yanomami com quadros graves de desnutrição, malária e outras doenças. No último dia 23, o secretário de saúde indígena Weibe Tepeba estimou que ao menos mil indígenas foram resgatados do local.