Delegada diz que 'tudo leva a crer' que mais duas pacientes foram estupradas por anestesista no domingo

A delegada BĂĄrbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento Ă  Mulher de SĂŁo JoĂŁo de Meriti, diz que “tudo leva a crer, pelos relatos das testemunhas, “que o mĂ©dico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, preso na noite de domingo apĂłs estuprar uma grĂĄvida durante a cesariana, “abusou das duas pacientes anteriores”. Essas mulheres que tambĂ©m fizeram cesĂĄreas no Hospital da Mulher Heloneida Studart jĂĄ foram identificadas e devem prestar depoimentos nos prĂłximos dias.

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A PolĂ­cia Civil tambĂ©m jĂĄ sabe que os crimes aconteciam apĂłs os partos. AtĂ© agora, trĂȘs mĂŁes — que foram atendidas por Giovanni — prestaram depoimentos na delegacia. O marido de uma delas Ă© aguardado para prestar depoimento nesta terça-feira.

De acordo com a delegada, os mĂ©dicos afirmaram que nĂŁo viam os abusos, jĂĄ que “eles estavam concentrados em suas atuaçÔes”.

— Nos relatos dos mĂ©dicos que depuseram, uma pediatra, uma obstetra e um anestesista, ficou constatado que o padrĂŁo adotado por Giovanni nas cirurgias era o mesmo. Os outros mĂ©dicos disseram que estavam atentos ao que estavam fazendo durante a cirurgia. Mas eles relataram que nĂŁo era normal essa sedação — disse a delegada.

A delegada também explicou que não é o padrão que o anestesista peça a saída do acompanhante da sala de parto, o que Giovanni costumava fazer:

— NĂŁo era atribuição dele pedir essa saĂ­da. Quem poderia pedir era o cirurgiĂŁo. Nessa cirurgia que foi filmada, os mĂ©dicos aqui disseram que o pai ficou atĂ© o fim. Agora, estĂĄ sendo apurado que o pai ficou — disse a delegada.

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Bårbara Lomba disse que todos os crimes podem ter acontecido no fim de cada parto, quando os médicos estavam fazendo a sutura da mulher.

— Hoje eu tive a certeza que a execução do crime foi na hora da sutura da mulher apĂłs o parto. No inĂ­cio, nĂŁo tĂ­nhamos ideia de quando aconteceu. Provavelmente, era praticado no final da cirurgia. JĂĄ ouvimos trĂȘs vĂ­timas. AlĂ©m disso, jĂĄ levantamos os dados das duas pacientes que ele operou antes — relatou a delegada.

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BĂĄrbara Lomba disse que se colocou no lugar das vĂ­timas ao se recordar do nascimento de seu filho. Ela classficou o crime como atrocidade e selvageria:

— Eu, como mulher, me identifiquei e lembrei do nascimento do meu filho. Que foi diferente. Me senti no lugar delas. Instalou-se um medo das cirurgias. Quero dizer que essa Ă© uma atitude pontual. O que ele fez foi uma atrocidade, uma selvageria. Me lembrei da quantidade de violĂȘncias que as mulheres sofrem. Agora, dentro de um ambiente hospitalar, esse homem se utilizou da posição dele, essa insuspeita, para praticar uma violĂȘncia contra mulher.

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