Dois israelenses mortos em 'ataque terrorista palestino'
Dois jovens israelenses que viviam em um assentamento judaico na Cisjordânia ocupada morreram em um ataque a tiros neste domingo (26), informou o governo israelense em comunicado, no qual classificou a ação de "ataque terrorista palestino".
O "atentado" aconteceu no mesmo dia em que dirigentes palestinos e israelenses se reúnem na Jordânia para apaziguar a espiral de violência que começou no início do ano, coincidindo com o retorno de Benjamin Netanyahu à chefia de governo em Israel, em um gabinete formado por ministros de direita, extrema direita e judeus ultraortodoxos.
Um texto conjunto assinado por Netanyahu e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, afirma que "dois civis israelenses morreram em um ataque terrorista palestino" após o incidente no norte da Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967.
O ataque teve como alvo um carro na principal avenida de Huwara, localidade próxima a Nablus, no norte da Cisjordânia.
Apesar de não ter assumido a autoria do ataque, o grupo armado palestino Jihad Islâmica classificou o mesmo de "operação heroica".
Um porta-voz do serviço de emergência Magen David Adom (MDA) informou que duas pessoas foram levadas ao hospital, mas não resistiram aos ferimentos e faleceram pouco depois.
O Exército de Israel disse que "um terrorista disparou contra um veículo israelense".
"Estamos perseguindo os terroristas e bloqueando a área", acrescentou.
As forças de segurança mobilizadas na rodovia estavam parando e revistando todos os veículos, segundo um fotógrafo da AFP.
O Conselho Regional Shomron, que administra os assentamentos israelenses na zona norte da Cisjordânia, informou que os mortos eram judeus.
- 'Pena capital' -
Na nota conjunta, Netanyahu e Ben Gvir anunciaram que uma comissão ministerial deu parecer favorável a "um projeto de lei que permitiria aos tribunais condenar os terroristas à pena capital".
Trata-se de uma iniciativa polêmica no país, onde a Justiça civil aplicou a pena de morte uma única vez, em 1962, contra o criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann.
Orit Strock, ministro das Missões Nacionais e um dos expoentes do movimento dos colonos judeus, pediu, em postagem no Twitter, "o retorno imediato da delegação israelense" que participa de conversas com representantes palestinos no balneário de Aqaba, na Jordânia.
Por sua vez, a Jihad Islâmica disse que o ataque representa "uma mensagem forte para a cúpula de Aqaba, para dizer que nossa resistência continua ativa".
O ataque aconteceu quatro dias depois da operação israelense em Nablus que matou 11 palestinos e deixou mais de 80 feridos a tiros. Este foi o maior balanço de vítimas fatais em uma incursão na Cisjordânia desde 2005.
Neste ano de 2023, o conflito já provocou a morte de 62 palestinos (entre os quais há integrantes de grupos armados e civis), 11 civis israelenses, um soldado israelense e uma cidadã ucraniana, segundo o balanço feito pela AFP a partir de fontes oficiais de Israel e Palestina.
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