Dólar volta a ultrapassar os R$ 5; entenda o porquê

Dólar volta a subir após queda histórica na quinta-feira (02)
Dólar volta a subir após queda histórica na quinta-feira (02)
  • Movimento de queda da moeda americana dura já mais de um mês;

  • Relatório do IBGE sobre atividade industrial preocupou investidores;

  • Falas de Lula sobre independência do BC também afetou preço do dólar.

O dólar chegou a ser negociado ontem, quinta-feira (02), a R$ 4,97. O fato representou a primeira vez em oito meses que a moeda americana ficou abaixo dos R$ 5. No entanto, com o passar do dia as perdas foram revertidas e nesta sexta-feira (03) a moeda retornou aos níveis de preço vistos na quarta-feira.

A trajetória da moeda, contudo, ainda não pode ser considerada revertida e está, segundo analistas, em movimento de queda desde o início do ano, acumulando uma baixa de quase 7%.

A queda da cotação foi vista com ânimo por apoiadores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O dólar alto é um dos responsáveis pela inflação brasileira ao elevar o preço de tudo que é importado ao país e também dos combustíveis através da PPI, política de preços da Petrobras que equivale ao preço vendido no Brasil ao praticado no mercado internacional.

Por que o dólar voltou a subir?

Dois fatores apresentados antes do início do pregão contribuíram para a alta do dólar nesta sexta-feira. O primeiro foi o relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelou que a produção industrial do país ficou estável em dezembro, ou seja, não aumentou, mas também não diminuiu.

Com isso, o país encerrou o ano de 2022 com uma queda de 0,7% em sua produção industrial. Este número é 2,2% abaixo dos níveis pré-pandemia e 18,5% abaixo do nível recorde registrado em 2011.

Falas do presidente Lula também incomodaram o mercado financeiro. Em entrevista à RedeTV, o presidente afirmou que irá reavaliar a independência do Banco Central quando o mandato de Campos Neto acabar. “Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o banco central independente”, disse Lula.

O presidente, no entanto, afirmou que não tem planos de mudar a questão da autonomia do BC, mas sim de reexaminar a taxa de juros do país. "Isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, isso não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juro”, afirmou.