Biden telefona para Lula: a reação de líderes mundiais às invasões em Brasília
As ações de bolsonaristas em Brasília no domingo (8) tiveram repercussão mundial — e foram repudiadas por representantes de vários países e organismos internacionais.
Um deles foi o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira.
Segundo uma nota do governo federal, "o presidente Biden transmitiu o apoio incondicional dos Estados Unidos à democracia do Brasil e à vontade do povo brasileiro, expressa nas últimas eleições do Brasil".
"O presidente Biden condenou a violência e o ataque às instituições democráticas e à transferência pacífica do poder", declarou a gestão petista.
De acordo com a nota divulgada na noite desta segunda-feira, Biden convidou Lula para visitar Washington em fevereiro. Ambos "comprometeram-se a trabalhar juntos em temas enfrentados pelo Brasil e pelos EUA, entre os quais mudança do clima, desenvolvimento econômico, paz e segurança", declarou a Presidência da República.
Além do presidente americano, a invasão e a depredação de prédios públicos, como o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, geraram manifestações de diversos líderes mundiais.
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Confira a seguir um resumo das principais postagens divulgadas por representantes estrangeiros nas últimas horas.
Estados Unidos
No domingo, o próprio Joe Biden declarou no Twitter que "condena o ataque à democracia e à transferência pacífica de poder no Brasil".
"As instituições democráticas do Brasil têm nosso apoio total e a vontade do povo brasileiro não deve ser minada", escreveu.
I condemn the assault on democracy and on the peaceful transfer of power in Brazil. Brazil’s democratic institutions have our full support and the will of the Brazilian people must not be undermined. I look forward to continuing to work with @LulaOficial.
— President Biden (@POTUS) January 8, 2023
Ainda nos EUA, vários congressistas do Partido Democrata pediram a expulsão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está na Flórida desde 31 de dezembro.
"Nós devemos nos solidarizar com o governo democraticamente eleito de Lula. Os Estados Unidos devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida", afirmou Alexandria Ocasio-Cortez, deputada por Nova York.
Nearly 2 years to the day the US Capitol was attacked by fascists, we see fascist movements abroad attempt to do the same in Brazil.
We must stand in solidarity with @LulaOficial’s democratically elected government. 🇧🇷
The US must cease granting refuge to Bolsonaro in Florida. https://t.co/rzsZl9jwZY— Alexandria Ocasio-Cortez (@AOC) January 8, 2023
Rússia
Dimitry Peskov, porta-voz do governo russo, disse que o Kremlin condena "de forma veemente" o que aconteceu em Brasília.
O representante ainda assegurou que a Rússia apoia o presidente Lula.
Reino Unido
O primeiro-ministro Rishi Sunak escreveu no Twitter que "condena qualquer tentativa de minar a transferência de poder pacífica e a vontade democrática do povo do Brasil".
"O presidente Lula e o governo dele têm o apoio total do Reino Unido e espero fortalecer os laços estreitos entre nossos países nos próximos anos."
I condemn any attempt to undermine the peaceful transfer of power and the democratic will of the people of Brazil.
President @LulaOficial and his government has the United Kingdom’s full support, and I look forward to building on our countries’ close ties in the years ahead.— Rishi Sunak (@RishiSunak) January 9, 2023
França
O presidente da França, Emmanuel Macron, postou uma declaração em francês e em português nas redes sociais.
Ele afirmou que "a vontade do povo brasileiro e das instituições democráticas deve ser respeitada".
"O presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França."
A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O Presidente @LulaOficial pode contar com o apoio incondicional da França.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 8, 2023
Portugal
Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República de Portugal, disse querer "exprimir o mais veemente repúdio pelo ataque ao Congresso do Brasil".
"Toda a solidariedade às instituições democráticas brasileiras e, em particular, ao Senado e à Câmara dos Representantes", disse.
Quero exprimir o mais veemente repúdio pelo ataque ao Congresso do #Brasil. Toda a solidariedade às instituições democráticas brasileiras e, em particular, ao Senado e à Câmara de Representantes.
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) January 8, 2023
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, emitiu uma nota em que afirma ter conversado por telefone com Lula logo após a invasão.
"Esses atos, além de inconstitucionais e ilegais, são inadmissíveis e intoleráveis na democracia, reforçando o apoio e a total solidariedade de Portugal para com o poder legitimamente eleito no Brasil."
Itália
A primeira-ministra Giorgia Meloni também expressou preocupação com a invasão de Brasília.
"O que está acontecendo no Brasil não pode nos deixar indiferentes. As imagens da irrupção nos gabinetes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer forma de dissidência democrática", escreveu no Twitter.
"O retorno à normalidade é urgente e nos solidarizamos com as instituições brasileiras", completou.
Quanto accade in Brasile non può lasciarci indifferenti. Le immagini dell’irruzione nelle sedi istituzionali sono inaccettabili e incompatibili con qualsiasi forma di dissenso democratico. È urgente un ritorno alla normalità ed esprimiamo solidarietà alle Istituzioni brasiliane.
— Giorgia Meloni (@GiorgiaMeloni) January 8, 2023
China
O porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, afirmou numa entrevista coletiva nesta segunda (9) que o país se opõe ao que aconteceu em Brasília.
"A China está acompanhando a situação cuidadosamente e se opõe firmemente ao violento ataque contra as autoridades federais ocorrido no Brasil", disse.
Além disso, Wenbin disse que o governo chinês "apoia as medidas tomadas pelo governo brasileiro para acalmar a situação, restaurar a ordem social e preservar a estabilidade nacional".
América Latina
Alberto Fernandez, presidente da Argentina, escreveu que "a democracia é o único sistema político que garante liberdades e nos obriga a respeitar o veredicto popular".
"Quero expressar meu repúdio ao que está acontecendo em Brasília. [Declaro] meu apoio e o apoio do povo argentino a Lula diante dessa tentativa de golpe de Estado que está enfrentando", escreveu.
Fernandez também afirmou que, como presidente do Mercosul, colocará em alerta os países-membros do bloco. Ele disse que o objetivo é "união diante dessa inaceitável reação antidemocrática que tenta se impor no Brasil".
Quiero expresar mi repudio a lo que está sucediendo en Brasilia. Mi incondicional apoyo y el del pueblo argentino a @LulaOficial frente a este intento de golpe de Estado que está enfrentando.
— Alberto Fernández (@alferdez) January 8, 2023
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, prestou "toda solidariedade a Lula e ao povo brasileiro"
"A direita não conseguiu manter o pacto de não violência. É hora urgente de reunir a OEA [Organização dos Estados Americanos] se ela quiser seguir viva como instituição para aplicar a carta democrática", pontuou.
Toda mi solidaridad a @LulaOficial y al pueblo del Brasil. El fascismo decide dar un golpe.
Las derechas no han podido mantener el pacto de la no violencia.
Es hora urgente de reunion de la OEA si quiere seguir viva como institución y aplicar la carta democrática.— Gustavo Petro (@petrogustavo) January 8, 2023
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, compartilhou uma nota oficial do Ministério de Relações Exteriores do país, e disse "lamentar e condenar as ações que ocorreram no Brasil que atentam contra a democracia e as instituições".
Lamentamos y condenamos las acciones llevadas a cabo en Brasil que atentan contra la democracia y las instituciones. https://t.co/qKAkXsDrt1
— Luis Lacalle Pou (@LuisLacallePou) January 8, 2023
Nações Unidas
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, escreveu que condena "os ataques às instituições democráticas brasileiras".
"A vontade do povo brasileiro e das instituições do país devem ser respeitadas."
"Estou confiante que isso vai acontecer. O Brasil é um grande país democrático", concluiu.
I condemn today’s assault on Brazil’s democratic institutions.
The will of the Brazilian people and the country’s institutions must be respected.
I am confident that it will be so. Brazil is a great democratic country.— António Guterres (@antonioguterres) January 8, 2023