EA diz aos funcionários que não defenderá direito de pessoas trans ou aborto
Companhia de games afirmou que não defenderá direitos publicamente
Falta de posicionamento da empresa irritou funcionários
Em 2020 a EA tinha apoiado o movimento Black Lives Matter
Indo de contramão ao movimento de grandes corporações que se posicionaram a favor dos direitos reprodutivos e da diversidade, a EA, a empresa de jogos por trás da FIFA e do The Sims, disse aos funcionários que não defenderá publicamente esses assuntos.
O anúncio foi feito depois que os trabalhadores pediram que a corporação fizesse uma declaração pública sobre o rascunho da opinião da Suprema Corte vazada, que mostrou que o tribunal estaria prestes a retirar os direitos constitucionais ao aborto dos cidadãos dos Estados Unidos.
Apesar da companhia ter apoiado publicamente o movimento Black Lives Matter em 2020 após o assassinato de George Floyd, dessa vez a empresa não quis seguir com a atuação em pautas sociais voltadas para os direitos humanos.
O chefe de pessoas, Mala Singh, afirmou que “no mundo há muita divisão, sabemos disso, mas o que nos une é que estamos todos aqui para fazer games e experiências incríveis para nossos jogadores, e é assim que temos o impacto mais positivo no mundo".
Singh teria dito aos funcionários da EA que fizessem uso dos “círculos de cura” da empresa de jogos para processar os sentimentos sobre direitos trans e aborto. Um funcionário da EA disse ao Kotaku que “círculos de cura” são sessões de saúde mental em grupo centradas em questões específica. A recomendação teria desagradado os funcionários da empresa.
"Reconhecemos que esses tópicos são profundamente pessoais e sabemos que existem muitas opiniões fortes, e alguns ficarão desapontados quando dissermos que não estamos fazendo declarações públicas porque estamos focados nas maneiras pelas quais podemos apoiar nosso pessoal em todo o mundo como seu empregador", disse a diretora de comunicações corporativas da EA, Lacey Haines.
Insatisfeitos e desacreditados com o posicionamento da corporação, os trabalhadores falaram com a mídia norte-americana para expor a falta de suporte da empresa, que fica à margem das grandes companhias que fazem questão de usar a visibilidade para defender questões sociais de igualdade, equidade e garantia de direitos.