Einstein investiga o uso da cannabis medicinal contra enxaqueca crônica
Cada vez mais, o acesso aos medicamentos à base de cannabis estão se popularizando no Brasil. Nesta semana, o governo de São Paulo autorizou a incorporação desses medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar do importante avanço, "poucas" doenças podem ser tratadas, já que a área de estudos ainda é restrita. Diante desse cenário, o Hospital Albert Einstein começa a investigar o uso em pacientes com enxaqueca crônica.
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Vale explicar que os especialistas classificam a enxaqueca crônicas como: condição na qual o indivíduo sofre com dores de cabeça por, pelo menos, 15 dias do mês, ao longo de 90 dias consecutivos. Para estes pacientes, existem poucas alternativas de tratamentos considerados tradicionais. Se o uso da cannabis for comprovado eficaz, pode se tornar uma importante opção de terapia.
Durante o estudo clínico, o Einstein contará com o patrocínio da empresa Health Meds, especializada em produtos à base de canabinoides, com laboratório próprio nos Estados Unidos.
Como vai funcionar o estudo clínico do Einstein com a cannabis?
No estudo, os pesquisadores devem recrutar até 110 pacientes com enxaqueca crônica, que serão acompanhados por 16 semanas. Os voluntários serão divididos, de forma randomizada, em dois grupos, sem saber o que vão tomar:
Primeiro grupo: receberá o remédio à base de cannabis, contendo canabidiol (CDB) 133mg, canabigerol (CBG) 66mg e tetraidrocanabinol (THC) 4mg;
Segundo grupo: receberá um placebo, ou seja, substância sem interferência nos casos de enxaqueca.
Segundo os responsáveis, o objetivo do estudo clínico é entender, se o uso da formulação, representa redução na frequência, intensidade e duração dos casos de enxaqueca. Além disso, serão avaliados impactos secundários do uso da cannabis, como alterações nos níveis de ansiedade e distúrbios do sono.
O que sabemos sobre o uso da cannabis contra as dores de cabeça?
“A literatura médica mostra que o uso de derivados de cannabis pode atuar na enxaqueca, com o potencial de reduzir as crises, melhorando a qualidade de vida", afirma Alexandre Kaup, neurologista do Einstein e responsável pela pesquisa, em comunicado.
"Em consultórios, especialistas já utilizam, canabinoides em portadores de migrânea [outro nome para a enxaqueca], e costumam notar diminuição nas dores e ganho de funcionalidade no dia a dia”, acrescenta Kaup. Com o atual estudo, será possível levantar evidências científicas e comprovar os benefícios deste uso, levando novas opções terapêuticas seguras para os pacientes.
Cabe lembrar que, como já mencionamos, faltam dados para ampliar o uso da cannabis contra outras doenças no Brasil e no mundo. Além da iniciativa do Einstein com produtos importados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, pela primeira vez, uma plantação de cannabis para fins científicos. O espaço será gerido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e, a partir dela, serão testadas formulações contra distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
Fonte: Canaltech
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