Eleição de Marine Le Pen pode gerar retrocesso aos direitos das mulheres, dizem feministas
“A extrema direita é um perigo para os direitos das mulheres”: nos últimos dias, cartazes com essa mensagem se multiplicaram pelas ruas de Paris e outras cidades francesas. ONGs e associações feministas reforçaram nesta reta final da campanha a mobilização contra o voto em Marine Le Pen.
Desde o início da sua campanha, a candidata da extrema direita à presidência da França, Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional, utiliza a ideia de que ser a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Estado no país seria um avanço. De fato, durante todo o período republicano no país, que teve início em 1792, a França nunca teve uma presidente do sexo feminino.
Edith Cresson foi a única francesa a ser primeira-ministra, entre 1991 e 1992, durante o governo do presidente François Mitterrand. Várias mulheres lideram ministérios, governos regionais, prefeituras – como Paris, que é administrada pela prefeita Anne Hidalgo. Mas, uma mulher presidente, até hoje, é algo inédito. Por isso, Le Pen apresenta a possibilidade de ser a primeira representante feminina na presidência como uma das “revoluções” propostas por seu partido.
No entanto, em seu programa de governo, intitulado de “Para Todos os Franceses”, a candidata da extrema direita pouco trata dos direitos das mulheres. Nos panfletos, a líder do Reunião Nacional afirma que “como mulher” sente que o modo de vida na França está ameaçado e é preciso preservá-lo. Uma iniciativa que irrita as feministas francesas, que reivindicam o contrário: mudanças que incitem a evolução da mulher na sociedade.
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