Eleição presidencial francesa contribuiu para alta de casos de Covid-19?
Com o fim da obrigatoriedade do uso das máscaras e das medidas de prevenção, o SARS-CoV-2 está circulando livremente na França e os locais de votação favoreceram a propagação do vírus durante o primeiro, em 10 de abril, e o segundo turno, realizado no último domingo (24).
Uma grande parte dos pacientes que contraem a Covid-19 é assintomática e pode ter transmitido o vírus nos locais de votação. Durante a campanha, o governo francês também anunciou que pacientes positivos para a Covid-19 poderiam votar. A decisão dividiu os especialistas e gerou polêmica nas redes sociais, onde os internautas questionaram a falta de regras sanitárias mais rígidas.
O infectologista francês Pierre Tattevin, vice-presidente da Sociedade de Doenças Infecciosas da França, afirma que o risco de transmitir a doença no momento do voto existe. “É importante manter a vigilância, porque o vírus ainda circula muito na França, inclusive entre vacinados, e a vacina não protege muito bem contra o risco de contrair o novo coronavírus”, explica.
Transmissão envolve diversos parâmetros
Segundo o especialista, em situações de risco, os eleitores que podem desenvolver formas graves da doença deveriam manter as recomendações feitas no auge da pandemia. A principal delas é o uso da máscara, muitas vezes deixadas de lado nos dois turnos das eleições francesas. Para Tattevin, os organizadores do pleito também deveriam ter adotado, de maneira sistemática, medidas simples para controlar a disseminação do vírus, como abrir as janelas dos locais de votação, por exemplo.
Risco não é maior do que ir ao mercado
Leia mais
Leia também:
"Covid-19 não é um resfriado": Alemanha tem mais de 200 mil casos diários e governo mantém restrições
Covid-19: livre circulação do vírus favorece aparecimento de “híbridos”
Novos estudos mostram importância de reforço da vacina mesmo para pessoas já contaminadas por Covid-19