Em live Bolsonaro volta a reproduzir desinformação sobre vacina
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- Jair BolsonaroCapitão reformado, político e 38º presidente do Brasil
Presidente reproduziu alegação falsa sobre remédios contra a Covid-19
Medicamentos citados na live ainda estão em fase de testes
Não há estudos que mostrem a eficácia do vermífugo no tratamento de pessoas com o novo coronavírus
Durante a live, transmitida no dia 14 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reproduzir desinformação sobre as vacinas contra a Covid-19 e recomendou, mais uma vez, o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes.
“A Astrazeneca e a Pfizer estão lançando um comprimidinho para você, uma vez contraído o vírus, você tomar esse comprimidinho. Aquele outro, a ivermectina para piolho não vale, não. Esse aqui vale", declarou fazendo uma falsa relação entre o vermífugo e os medicamentos testados pelos laboratórios farmacêuticos.
Na segunda-feira, 11 de outubro, a Astrazenenca anunciou um estudo em fase 3 de um coquetel de drogas experimentais contra o novo coronavírus. De acordo com o comunicado da empresa, o medicamento se mostrou eficaz na redução de casos graves e mortes em pacientes não hospitalizados.
Os resultados ainda não foram avaliados por pares da comunidade e nem publicado em revista científica. Chamado AZD7442, o medicamento injetável reduziu em 50% o risco de desenvolver a forma grave da doença e morte em pacientes sintomáticos, afirmou a farmacêutica.
Em sua fala, Bolsonaro também misturou a notícia sobre o novo fármaco anunciado pela Astrazeneca com uma informação falsa que circulou em grupos antivacina na última semana. De acordo com o conteúdo enganoso, a Pfizer estaria desenvolvendo um medicamento semelhante à ivermectina para a Covid-19, o que não é verdade.
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Em março de 2021 a Pfizer anunciou o início do estudo clínico de antiviral contra a Covid-19. Em julho deste ano a farmacêutica publicou em seu site e nas redes sociais o anúncio sobre a progressão do ensaio para a segunda e terceira etapa de testes. Chamado de PF-07321332, o medicamento atua como um inibidor de protease que impede o vírus de se replicar nas células.
“Com base na experiência da Pfizer no desenvolvimento de antivirais, incluindo um inibidor de protease para o tratamento do HIV, os cientistas da Pfizer iniciaram um programa de descoberta de medicamentos no início de 2020, logo após o surgimento da Covid-19, com o objetivo de identificar um tratamento potencial para reduzir o impacto do Covid -19 nas vidas dos pacientes e preparar melhor o mundo para futuras ameaças de coronavírus. Avaliamos inicialmente nosso robusto portfólio de terapêuticas e rastreamos alguns dos compostos de nosso programa pré-clínico de inibidor de protease SARS 1 de 2003 , dadas as semelhanças entre as estruturas das proteases SARS-CoV-1 e SARS-CoV-2”, diz a empresa no comunicado.
O medicamento desenvolvido pela farmacêutica norte-americana não possui semelhanças com a ivermectina em sua composição ou na forma que atua no organismo. Atualmente a Universidade de Oxford conduz pesquisas sobre os efeitos da ivermectina no tratamento contra a Covid-19. Um dos estudos investiga o impacto do medicamento em pacientes com a doença, mas ainda não há resultados preliminares.