Com limite de resposta, consulta pública sobre vacinação excede número e Saúde cria nova versão
A consulta pública sobre a vacinação de crianças contra a covid-19, criada pelo Ministério da Saúde, entrou no ar às 23h59 da quinta-feira (23). Em menos de 12 horas, o formulário deixou de receber respostas. Então, a paste teve de criar um "Formulário 02", para que as pessoas pudessem voltar a participar.
Antes das 10h desta sexta-feira (24), usuários que tentavam participar recebiam uma mensagem ao terminar de preencher o questionário: o número máximo de pessoas já respondeu a esse formulário. Para corrigir o problema, foi criado um novo questionário, sem mudanças no formado. Em teoria, a consulta pública ficará aberta até dia 2 de janeiro.
O formulário utilizado é da empresa Microsoft e, segundo o site da companhia, o número máximo de respostas é de 50 mil. O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o problema envolvendo a consulta pública. A plataforma usada para o "Formulário 02" é a mesma.
Consulta pública
Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo da consulta pública é “informar e conhecer as dúvidas da população acerca da vacinação de crianças de 5 a 11 anos, com a finalidade de obter subsídios e informações da sociedade para o processo de tomada de decisões”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou o uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Segundo a agência, o imunizante é seguro e eficaz. No entanto, o Ministério da Saúde ainda não incluiu a vacina no Plano Nacional de Imunização e só pretende tomar uma decisão a partir de 5 de janeiro. O ministro Marcelo Queiroga afirmou que será necessário ter uma autorização médica para que as crianças recebam a vacina.
Redação confusa
As perguntas formuladas apresentam redação confusa e indireta, podendo levar alguns cidadãos ao erro. As opções de resposta são sempre “sim” ou “não”, mas a indicação expressa conotação negativa, contra a vacinação obrigatória e o passaporte da vacina, a favor de entraves para a imunização.
Veja algumas das perguntas apresentadas na consulta pública:
“Você concorda com a vacinação em crianças de 5 a 11 anos de forma não compulsória conforme propõe o Ministério da Saúde?”: cidadão deve dizer se acredita que a vacinação deve ser voluntária, não obrigatória.
“Você concorda com a priorização, no Programa Nacional de Imunização, de crianças de 5 a 11 anos com comorbidades consideradas de risco para COVID-19 grave e aquelas com deficiência permanente para iniciarem a vacinação?”: cidadão deve responder se crianças com comorbidades e/ou deficiência devem ter prioridade na vacinação contra a covid-19
“Você concorda que o benefício da vacinação contra a COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos deve ser analisado, caso a caso, sendo importante a apresentação do termo de assentimento dos pais ou responsáveis?”: cidadão deve responder se acha necessário que, para vacinar as crianças de 5 a 11 anos, seja obrigatório ter autorização dos pais.
“Você concorda que o benefício da vacinação contra a COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos deve ser analisado, caso a caso, sendo importante a prescrição da vacina pelos pediatras ou médico que acompanham as crianças?”: cidadão deve responder se acha necessário que, para vacinar as crianças de 5 a 11 anos, seja obrigatório ter uma recomendação médica.
“Você concorda com a não obrigatoriedade da apresentação de carteira de vacinação para que as crianças frequentem as escolas ou outros estabelecimentos comerciais?”: cidadão deve responder se é contra obrigatoriedade de apresentar o passaporte de vacina para que crianças vão à escola ou outros espaços.