A empresária encontrada morta a facadas dentro do seu carro, ostentava uma vida de luxo, viagens e conquistas nas redes sociais. Thais Rocha Secundino, 28, foi achada no início da noite de sexta-feira (3), em Sapopemba, zona leste de São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, a jovem era agiota e uma de suas melhores amigas, presa por suspeita de participação no crime, era responsável por fazer as cobranças dos empréstimos feitos pela vítima.

A Polícia Civil prendeu Cintia Peixe (amiga de Thais), 31, e Leandro Santos, 45, por suspeita de envolvimento no assassinato da empresária. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) decretou a prisão temporária da dupla. Leandro era motorista de Cintia.

Thais se definia, na rede social Instagram, como proprietária de uma adega e distribuidora de bebidas na Avenida São João, no bairro da República, no centro de São Paulo. Ela também anunciava ser sócia de uma casa noturna no mesmo bairro.

Em suas publicações ela comemorou a conquista de conseguir abrir a adega.

"Muito obrigada por todas minhas conquistas, meu pai", escreveu.

Thais, em outubro de 2021, havia postado uma das suas grandes conquistas: o sonho de comprar um carro 0 km, um Jeep Renegade na cor cinza. O automóvel veio com um laço vermelho. O veículo é o mesmo em que o corpo da empresária foi encontrado esfaqueado.

"Deus, muito obrigada por me proporcionar momentos como esse, pois sem você nada disso seria possível. Eu estou muito feliz por conseguir comprar um carro 0 km. Muito, muito, muito obrigada, Deus. Só gratidão. Esse ano ainda irá acontecer muito mais sonhos sendo realizados." Postagem de Thais no Instagram em outubro de 2021.

Na mesma rede social, Thais compartilhava com os mais de 22,8 mil seguidores as viagens que fazia, as idas aos shoppings e fotografias de biquíni. Ela também postava as mudanças de visual que costumava fazer no cabelo — de loira ao castanho-escuro — e os diferentes looks que usava.

O advogado Vinícius Rodrigues, que defende Cintia Peixe, disse que a cliente nega o crime e definiu a prisão como desnecessária.

"Ela alega inocência. Testemunhas disseram ter mensagens da Thais dizendo ia até a casa da minha cliente. Só que a Cintia fala que ela não chegou até lá e a Cintia fala que permaneceu em casa. Então, pedimos diligências ao apartamento para poder liberar as imagens das câmeras de segurança e conseguir provar que minha cliente não tem ligação com o crime. No meu entendimento, não vejo motivo para ser decretada essa prisão."

"Elas eram realmente amigas, se conheciam e trabalhavam juntas." Advogado de Cintia.

Sobre a relação de trabalho de agiotagem entre Thais e Cintia, o advogado preferiu não comentar.

A defesa de Cintia disse que pedirá o habeas corpus caso as imagens mostrem que a mulher estava no apartamento no horário da morte da empresária.