Empresas aéreas faturaram R$ 3 bilhões com cobrança de bagagem
Cobrança entrou em vigor em 2017 e pode ser derrubada este ano;
Esse tipo de cobrança representou 21,5% dos ganhos das companhias em 2020;
Latam, Gol e Azul faturaram R$ 520,1 milhões com essas cobranças em 2020.
Liberada em 2017, a cobrança pelo despacho de bagagens já rendeu um faturamento de R$ 3 bilhões para as companhias aéreas. De acordo com dados enviados pelas companhias aéreas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a cobrança chegou a representar uma das principais rendas auxiliares das empresas.
Agora, a Câmara dos Deputados aprovou nesta semana uma emenda a uma medida provisória que retoma a gratuidade no envio de malas. A nova regra ainda será analisada pelo Senado antes de ser enviada para a sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro.
Se aprovado, o envio voltaria a ser grátis para uma bagagem de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. A proposta aprovada define o serviço aéreo como uma atividade de interesse público que, mesmo que submetida à regulação, pode ser livremente explorada pelos entes privados.
Faturamento por cobrança pelo despacho
2017 (a partir do segundo semestre): R$ 293,9 milhões
2018: R$ 754,9 milhões
2019: R$ 959,7 milhões
2020: R$ 520,1 milhões
2021 (até o terceiro trimestre): R$ 453,9 milhões
Total: R$ 2,982 bilhões
De acordo com levantamento feito pelo portal UOL, as receitas das aéreas com itens que não são as passagens aéreas em si representaram 21,5% dos ganhos das companhias em 2020. Entre esse faturamento, estão ganhos com os seguintes serviços:
Transporte de carga e mala postal (correspondências e outras encomendas)
Penalidades (como taxas de não comparecimento e remarcação)
Despacho de bagagem
Marcação de assentos
Serviço de bordo
Apenas em 2021, esses serviços e outras receitas auxiliares representaram um reforço de R$ 4,2 bilhões nos caixas das três maiores empresas do país (Azul, Gol e Latam Brasil). Naquele ano, a receita total com transporte aéreo nessas companhias foi de aproximadamente R$ 19,5 bilhões, sendo que R$ 15,3 bilhões foram relativos à venda de bilhetes aéreos.