Entenda por que lideranças do PL veem 'jogo duplo' de Eduardo Bolsonaro no partido

Integrantes do partido têm dito que, nos bastidores, filho do ex-presidente estimula a disputa interna no PL

Deputado federal Eduardo Bolsonaro é filiado ao PL (Foto: Andressa Anholete/Getty Images)
Deputado federal Eduardo Bolsonaro é filiado ao PL (Foto: Andressa Anholete/Getty Images)

Lideranças da ala moderada do PL acreditam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está fazendo jogo duplo dentro do partido.

Isso porque, de acordo com esses integrantes da legenda, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) costuma dizer a Valdemar Costa Neto, presidente do partido, que vai trabalhar para amenizar os ânimos entre os bolsonaristas radicais da sigla.

No entanto, nos bastidores, ele estimula a disputa interna no PL.

Para a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, lideranças contaram que Eduardo Bolsonaro chegou a dizer para os “moderados” que atuaria para que os bolsonaristas não disputassem postos de comando no partido.

Porém, o filho do ex-presidente brasileiro teria participado de reuniões para articular movimentos para alavancar os radicais a posições de destaque e, assim, desbancar os membros da chamada ala política.

Divisão no partido

Ainda segundo a jornalista Bela Megale, a divisão dentro do PL se intensificou por conta das disputas por postos importantes no Congresso Nacional.

Os bolsonaristas radicais se mobilizaram para lançar a candidatura do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) à presidência da Câmara dos Deputados contra Arthur Lira (PP-AL).

Valdemar, contudo, disse que se o plano fosse levado adiante, Orleans e Bragança e os dissidentes seriam expulsos da sigla.

Eleição de Lira

Na última quarta-feira (1º), Lira foi reeleito presidente da Câmara, com votação recorde desde a redemocratização. Ele comandará a Casa por mais dois anos.

Lira recebeu o apoio de 464 dos 513 deputados que tomaram posse no mesmo dia. As votações recorde anteriores tinham sido as de Ibsen Pinheiros (MDB-RS), em 1991, e de João Paulo (PT-SP), em 2003, com 434 cada.

Dos 513 deputados eleitos, 509 votaram. Chico Alencar (PSOL-RJ) teve 21 votos, Marcel Van Hattem (Novo-RS) foi apoiado por 19 parlamentares. Os cinco votos restantes foram em branco.

Arthur Lira havia encaminhado um acordo com 20 partidos para buscar a reeleição, com apenas dois partidos ficando de fora, a federação PSOL/Rede e o Novo, de onde vieram os dois únicos adversários do parlamentar de Alagoas.