Entenda por que Paes quer transformar o Rio na 'capital da mobilidade urbana e sustentável' com novo Plano Cicloviário
O decreto que dá início as obras do novo Plano de Expansão Cicloviária, o CicloRio, foi assinado e apresentado na manhã desta quinta-feira pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes. A secretária de Transportes, Maína Celidônio, e o presidente da CET-Rio, Joaquim Dinis, também estiveram presentes na cerimônia aberta no Palácio da Cidade, em Botafogo. O projeto, que planeja ligar as ciclovias da cidade a 127 estações de trem, metrô, VLT e BRT até o fim de 2024, foi detalhado e coloca o centro do Rio e a zona norte como prioridades.
Além disso, o plano também visa ganhar 600 km de faixas exclusivas para bikes, somadas aos 400 km já existentes, totalizando mil quilômetros até 2033. Com a assinatura do decreto, Paes quer transformar o Rio na “capital da mobilidade urbana saudável e sustentável”. No entanto, a ciclovia Tim Maia, na Av. Niemeyer, e o Anel Cicloviário da Ilha do Governador, ficam de fora.
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Em quantas etapas o Plano de Extensão Cicloviário deve ser executado?
Para estimular cada vez mais o uso da bicicleta como modo de transporte na capital, interligar toda a cidade e facilitar a conexão aos centros de bairros, a grandes equipamentos urbanos, o projeto visa facilitar o trabalho dos entregadores, fomentando a economia local. Por isso, a prefeitura terá que seguir um cronograma de etapas:
Obras: A prefeitura iniciou o planejamento da execução do novo Plano Cicloviário em setembro do ano passado. As obras vão ocorrer no decorrer deste, sendo finalizadas até 2024. Dados das áreas mais críticas e de maior circulação de ciclistas serão prioridades: como ligar a Tijuca ao Centro do Rio, que concentra a maioria dos entregadores delivery.
Revitalização de ciclovias: O plano também prevê a recuperação dos mais de 400km de ciclovias já existentes, assim como a melhora da sinalização e mais segurança. No entanto, a Ciclovia Tim Maia, na Niemeyer, e o Anel de Ciclovia da Ilha do Governador, por questões técnicas e jurídicas, não devem entrar no planejamento. "A ciclovia é um assunto à parte que está sendo discutido para ver a viabilidade de reabrir ou não através de estudos técnicos", afirmou a secretária de transportes. Com relação aos pontos não contemplados, Paes afirmou: — Estamos tentando muito grande para requalificar o transporte no Rio, que nunca foi bom”, disse Paes durante a apresentação do plano.
Plano de Segurança: a prefeitura pretende fazer a padronização de velocidade reduzindo a velocidade dos veículos nas vias. Além de Intervenções geométricas em áreas de alto risco. O trânsito de bicicletas elétricas em ciclovias também será discutido por técnicos e usuários para definição de medidas, a fim de evitar acidentes.
Regiões de conexões: a prefeitura já iniciou 54 conexões ano passado em diversos pontos da cidade. Para este ano, serão mais 64 conexões ligando regiões de Bento Ribeiro a Honório Gurgel, Tijuca e Centro do Rio, Mangueira e São Cristóvão.
O que muda com o novo Plano Diretor Cicloviário e por que ele pode tornar o Rio "a capital da mobilidade urbana e sustentável?
Estratégia adicionais em relação à bicicleta, tais como:
Previsão de locais destinados à guarda de bicicletas;
Ampliação da infraestrutura cicloviária na urbanização dos espaços públicos;
Inclusão de vagas de bicicletas de carga no espaço público;
Ampliação do sistema de compartilhamento de bicicletas públicas;
Instalação de bicicletários públicos, principalmente próximo a estações de transporte público;
Incentivo à mobilidade ativa;
Garantir o deslocamento seguro e conectado aos modos de transportes;
Reconhecimento dos corredores de transportes existentes
Qual a estrutura cicloviária da cidade do Rio?
De acordo com a prefeitura, a capital do Rio possui apenas 20% de infraestrutura cicloviária exclusiva. Sendo 14% de ciclovias, apenas para circulação de bikes, e 6% de ciclofaixas, bikes e pedestres. As demais vias são compartilhadas, sendo 54% faixas compartilhadas nas calçadas e 26% faixas compartilhadas na pista.
O novo plano cicloviário pode melhorar o índice de acidentes envolvendo ciclistas?
Segundo dados levantados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, entre os dias 3 de outubro de 2019 e 2 de maio de 2022, foram reportados 4.158 sinistros de trânsito envolvendo ciclistas. Dentre as ocorrências registradas, 246 foram atropelamentos (5,9% do total), 2.061 colisões entre a bicicleta e outro tipo de veículo (49,6%) e 1.850 quedas de ciclistas da bicicleta (44,5%). O novo plano, visa melhorar a divisão das ciclovias na cidade com sinalização, trânsito, redução de velocidade e faixas exclusivas.
Rede Estruturante: infraestrutura cicloviária que permite deslocamento na escala da cidade, proporcionando ligação entre Áreas e Regiões de Planejamento por meio de rotas diretas e conectadas, além de permitir a conexão às estações de transporte de média e alta capacidade.
Rede Complementar: infraestrutura cicloviária que permite deslocamentos no interior dos bairros e garante conexão com a Rede Estruturante.