Escolha de mulher como primeira-ministra da França representa avanço social, mas não ruptura
A França amanheceu nesta segunda-feira (17) com uma nova primeira-ministra. A imprensa francesa celebra o progresso social da escolha de uma mulher para o cargo, mas salienta que a troca de chefe de governo não representa uma ruptura política.
A nomeação de Élisabeth Borne para o cargo é um acontecimento importante em matéria de avanço social, de acordo com Libération porque ela é apenas a segunda mulher na história do país a ocupar o cargo.
Esta escolha, que acontece muito tarde, mostra que "a classe política francesa é mais machista que sua população", afirma o jornal. Mas, para a publicação, em termos políticos, Borne não representa uma ruptura com seu antecessor, Jean Castex. "O presidente Emmanuel Macron apenas trocou um tecnocrata de direita por uma de esquerda", afirma o diário progressista.
Para Le Parisien, a escolha de Borne é um símbolo forte e corrige uma "anomalia", já que a maioria dos países do mundo tem ou já teve mulheres no poder, citando o exemplo das primeiras-ministras Margaret Thatcher no Reino Unido e Angela Merkel, na Alemanha, e da vice-presidente Kamala Harris, nos Estados Unidos.
Tecnocrata
Borne é mais conhecida por suas capacidades técnicas que por sua representatividade política, concordam os jornais. Após estudar engenharia na tradicional Escola Politécnica, ela começou a trabalhar para o governo de Lionel Jospin, do Partido Socialista.
Mas durante sua carreira, a premiê atuou tanto no setor privado quanto no público, construindo um perfil, que de acordo com Le Parisien, "correspondia àquele buscado por Macron".
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