"Estamos caminhando para uma guerra civil", diz médico haitiano sobre aumento da violência no país

REUTERS - RALPH TEDY EROL

Sequestros, estupros, assassinatos, tiroteios, todos os tipos de crimes acontecem à luz do dia e com uma frequência aterradora no Haiti. Neste país da América Central, a população enfrenta um pesadelo com a violência de gangues armadas. A RFI conversou com o médico Jean William Pape, membro do comitê científico da OMS e fundador da Gheskio, ONG que atua na área de saúde no Haiti. Ele alerta a comunidade internacional que é hora de evitar "um massacre como o de Ruanda".

Mikael Ponge, da RFI

De acordo com o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, atualmente os grupos armados controlam quase toda a capital haitiana, Porto Príncipe. A Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos calcula que pelo menos 60 pessoas foram mortas, só na semana passada, em confrontos entre gangues rivais na cidade.

Jean William Pape, que também é professor de medicina na Cornell University, em Nova York, descreve esse cenário de horror.

RFI: Qual é a situação hoje no Haiti?

Por que o senhor fez referência a Ruanda?

A comunidade internacional decidiu, por enquanto, não intervir militarmente no país, mas trabalhar no sentido de uma política de sanções contra os responsáveis no campo político e contra as empresas no setor econômico. O Canadá tem enviado patrulhas marítimas e aéreas. Como você avalia esta atitude e a resposta da comunidade internacional?


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