Estandarte de Ouro: jurados elogiam qualidade técnica das escolas

O nível de qualidade técnica das escolas este ano ganhou elogios do júri do Estandarte de Ouro. Conheça os pontos altos da análise dos jurados:

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Beija-Flor

A escola de Nilópolis teve uma entrada triunfal. Embalada pela excelente bateria dos mestres Rodney e Plínio, a Beija-Flor passou com majestade, narrando episódios de participação popular na história política brasileira. A agremiação se impôs pela tradicional grandeza de suas alegorias e pelo bom samba, que se distingue pelo engajamento da letra e o tom épico da melodia. Igualmente brilhante foi a exibição do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso.

Viradouro

Fez um desfile forte, com uma abertura impactante e soluções criativas em alegorias. O enredo sobre Rosa Maria Egipcíaca revelou uma personagem pouco conhecida da nossa história, mas o excesso de informações prejudicou a leitura do tema. A evolução da escola foi competente e contou com a tradicional garra dos componentes de Niterói.

Imperatriz Leopoldinense

Num dos desfiles mais emocionantes do ano, a Imperatriz apresentou um enredo cativante, bem desenvolvido e marcado pela excelência visual. No plano da música, entretanto, as referências ao ambiente nordestino de Lampião, como o xote, o xaxado e a sanfona, presentes na bateria e no carro de som, acabaram limitando o espaço do samba. O próprio samba-enredo foi marcado por elementos melódicos e rítmicos da música do Nordeste, o que repercutiu na dança dos componentes.

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Paraíso do Tuiuti

A história dos búfalos da Ilha de Marajó foi contada com leveza e criatividade. O tema original ganhou beleza ímpar pelas mãos de Rosa Magalhães e João Vitor Araújo, que se inspiraram na tradição cultural do povo marajoara. Embalados por uma bateria cadenciada, os componentes cantaram com vigor o melhor samba do ano. A interpretação de Wander Pires e a desempenho da comissão de frente também foram pontos altos do desfile.

Mangueira

Apresentou um desfile em que seus componentes cantaram o samba com muito entusiasmo. A harmonia foi um dos pontos altos. A agremiação apresentou alegorias leves e fantasias bem acabados. Ela desfilou com um grande contingente de componentes utilizando maquiagem. Destaque para a porta-bandeira Cintya, que fez uma excelente apresentação.

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Vila Isabel

Plasticidade, técnica e luxo marcaram a exuberância na Vila Isabel que decidiu cantar o espírito das festas, mas quem fez a verdadeira festa, se apropriando de um enredo que soou aleatório, cantando e marcando o chão da escola, foi mesmo a comunidade. E a ala de passistas foi prova disso. A Vila é escola de longa tradição e a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, bem como o isolamento de Martinho da Vila, memória viva da escola, que veio em um elemento deslocado de toda o conjunto da escola, ferem os princípios da agremiação, onde quem pede passagem é o povo.

Portela

Ela relembrou sua trajetória centenária. A escola usou como fio condutor do enredo os personagens marcantes de sua história e seus carnavais inesquecíveis. Problemas com o deslocamento de carros alegóricos prejudicaram a evolução da escola, que ainda assim mostrou componentes engajados e emocionou ao relembrar os portelenses de outrora e os construtores das glórias da agremiação mais vitoriosa do samba carioca.

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Grande Rio

Foi uma bonita homenagem a Zeca Pagodinho, retratando a vida no subúrbio com alegorias e fantasias de grande criatividade. Entre elas, a da ala das baianas, com um figurino tradicional que fazia reverência a Dona Ivone Lara. A bateria foi um dos pontos altos, mantendo seu ritmo cadenciado do início ao fim.

Unidos da Tijuca

Uma comissão de frente interessante com seus componentes cantando o samba com entusiasmo. Outra qualidade da escola foi a boa harmonia. Mas a grande quantidade de guardiões em torno do mestre-sala e da porta-bandeira dificultou a visão do casal pelo público.

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Império Serrano

Desfile competente com momentos bonitos, fantasias e alegorias clássicas, seguindo a sua tradição. A evolução e a harmonia foram eficientes. A bateria também mostrou um ótimo desempenho. O desenvolvimento do enredo, no entanto, poderia ter retratado a obra de Arlindo cruz de forma mais clara e criativa. Além disso, o samba-enredo não chegou a empolgar os componentes como os grandes clássicos da história da Serrinha. A escola deu a impressão de estar muito empenhada em não errar no Grupo Especial e, de fato, não repetiu falhas que em anos anteriores lhe custaram resultados adversos. Em resumo, uma apresentação técnica.

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Salgueiro

Um desfile grandioso com alegorias suntuosas e fantasias criativas, desenvolvendo um enredo complexo e de difícil compreensão. Prejudicado pelo som da avenida, o samba não contagiou a plateia, apesar do esforço do puxador Emerson Dias. Destaque para os desenhos da bateria.

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Mocidade Independente de Padre Miguel

Trouxe ao carnaval, um dos mais respeitados e originais, considerado internacionalmente: o mestre Vitalino. Artista de grandes dotes, foi o criador de esculturas feitas de barro, retratando o homem, o sertão e as agruras do Nordeste, particularmente de Pernambuco. A escultura de Vitalino, tal como a de seus seguidores, é o complemento do cordel, do baião e da sanfona, que compõem a trilha sonora do Nordeste brasileiro. A Mocidade conseguiu, mesmo com notórias dificuldades, um desfile magistral, a começar de um belíssimo abre-alas.

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