EUA e Cuba 'se coordenam' na luta contra o crime organizado

Representantes de Estados Unidos e Cuba se reuniram na quarta e na quinta-feiras (18 e 19), em Havana, para estabelecer uma "coordenação" antes problemas como tråfico de pessoas e de droga, no primeiro diålogo deste tipo desde 2018.

Esse tipo de diålogo "melhora a segurança nacional dos Estados Unidos por meio de uma melhor coordenação internacional do cumprimento da lei" e permite levar à Justiça criminosos transnacionais, disse o Departamento de Estado americano em um comunicado.

Reforçam a capacidade dos Estados Unidos de combaterem criminosos, "ao aumentar a cooperação em uma variedade de assuntos relacionados ao cumprimento da lei, incluindo tråfico de pessoas, drogas e outros casos criminais", acrescenta.

O Departamento de Estado ressalta, porém, que isso não afeta a política do presidente Joe Biden "em temas críticos de direitos humanos em Cuba, que é sempre fundamental" e que seu governo condena, regularmente.

Ao chegar Ă  Casa Branca em janeiro de 2021, Biden prometeu rever a polĂ­tica dos Estados Unidos em relação a Cuba. Endureceu sua posição, apĂłs as manifestaçÔes contra o governo, em julho daquele mesmo ano, as maiores jĂĄ registradas na ilha em seis dĂ©cadas de regime de partido Ășnico.

- "Comprometidos" -

Em um tuíte, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou, por sua vez, que "a cooperação bilateral para enfrentar flagelos como o terrorismo, o tråfico ilícito de migrantes e a fraude migratória beneficia ambos os países".

“Estamos comprometidos com isso, apesar do bloqueio econîmico e da incessante hostilidade dos Estados Unidos” contra Cuba, acrescentou.

Washington também tem a intenção de "continuar as conversas construtivas com o governo cubano, quando for apropriado, para promover os interesses dos Estados Unidos", afirmou o Departamento de Estado.

Em nome dos Estados Unidos, compareceram funcionĂĄrios de alto escalĂŁo do Departamento de Estado, Segurança Interna e Justiça, entre outros. A delegação cubana contou com representantes dos MinistĂ©rios do Interior, das RelaçÔes Exteriores, da Procuradoria Geral da RepĂșblica e da AlfĂąndega.

Este tipo de diĂĄlogo sobre a luta contra o terrorismo, narcotrĂĄfico, trĂĄfico de pessoas e cibercrime teve inĂ­cio em 2015 no mandato do entĂŁo presidente, o democrata Barack Obama (2009-2017), de quem Biden foi vice-presidente, na sequĂȘncia do restabelecimento das relaçÔes diplomĂĄticas entre os dois paĂ­ses.

Entre 2015 e 2018, ambos mantiveram quatro diålogos deste tipo, que levaram à assinatura, em 2017, de um acordo de cooperação nas åreas mencionadas.

O então presidente Donald Trump (2017-2021) pÎs fim a essa aproximação e voltou a incluir Cuba na lista negativa de países que patrocinam o terrorismo.

Washington e Havana retomaram as negociaçÔes sobre a questĂŁo migratĂłria em 2022, em um contexto de ĂȘxodo recorde de cubanos, principalmente para os Estados Unidos. E, em janeiro, a embaixada dos Estados Unidos em Havana voltou a emitir vistos para os cubanos que desejam se estabelecer nos Estados Unidos. JĂĄ uma normalização das relaçÔes com a ilha comunista nĂŁo parece estar na agenda de Biden.

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