Ex-assessor diz que vereador do Rio fazia sexo com adolescente na frente da equipe

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***ARQUIVO*** RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 07-04-2021 - Ex-assessor do vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) . Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress)
***ARQUIVO*** RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 07-04-2021 - Ex-assessor do vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) . Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress)

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um ex-assessor do vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) afirmou em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro da Cñmara Municipal que o parlamentar praticava sexo com menores de idade na frente da equipe de trabalho.

Monteiro foi denunciado em junho sob acusação de assédio e importunação sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete. A testemunha afirmou ainda que o parlamentar sabia que as meninas com quem se relacionava eram menores de idade.

Procurada, a defesa de Monteiro, atravĂ©s do advogado Pedro Henrique dos Santos, chamou as denĂșncias de "castelo de cartas marcadas" e disse refutar "todos os fatos aos quais responde o parlamentar".

"A manutenção do mandato é medida justa, uma vez que os fatos narrados fazem parte de um conluio entre ex-funcionårios e pessoas que se incomodam com as açÔes fiscalizatórias do parlamentar, que se negou à tentativa de corrupção por parte dos poderosos", disse Santos.

O vereador Chico Alencar (PSOL), relator do processo contra o ex-policial militar e youtuber, apresentou na terça-feira (2) o parecer final da Cùmara que pede a cassação do mandato do vereador por quebra de decoro.

Monteiro jĂĄ responde por duas denĂșncias. AlĂ©m do caso da ex-assessora, ele se tornou rĂ©u num caso que apura a gravação de um vĂ­deo Ă­ntimo em que o parlamentar aparece tendo relaçÔes sexuais com uma adolescente de 15 anos.

A apuração do Conselho de Ética ouviu ex-funcionários do gabinete de Gabriel Monteiro e da empresa que produz vídeos para o YouTube.

Um dos ex-assessores, Heitor Monteiro Neto, afirmou em depoimento que o vereador fazia sexo com menores de idade em pĂșblico, dentro de casa.

"Jå teve ocasiÔes que a gente estava editando vídeo durante o expediente, e o Gabriel chega lå com uma garota e começa a transar na nossa frente", afirmou Neto, em trecho que consta no relatório.

Ele relatou ainda que Monteiro, alĂ©m de ter conhecimento de que se relacionava com menores, dava preferĂȘncia a elas. "Todas as garotas que vĂŁo lĂĄ, geralmente, sĂŁo menores de idade. Eu diria que 99%, porque ele fala que sĂł pega novinha".

Luiza Caroline Batista, ex-funcionĂĄria de vĂ­deos do gabinete do vereador, disse ao Conselho que ele gravava cenas de sexo e mostrava para pessoas da equipe. Os episĂłdios aconteciam na casa do parlamentar, na Barra da Tijuca, onde ele recebia meninas que iam direto da escola.

"Algumas delas iriam atĂ© de uniforme", afirma Mateus de Oliveira, em depoimento. Em denĂșncia apresentada pelo MinistĂ©rio PĂșblico do Rio (MPRJ), Gabriel Monteiro Ă© acusado de constranger Luiza. O trecho da denĂșncia aponta que ele a ameaçou de demissĂŁo, dizendo: "Ou topa tudo, ou nĂŁo trabalha para mim". Monteiro Ă© rĂ©u na Justiça por importunação sexual e assĂ©dio pelo episĂłdio.

Alencar, o relator do processo no Conselho de Ética, afirmou ter sofrido ameaças virtuais coordenadas por Monteiro no Ășltimo fim de semana, dias antes da leitura do relatĂłrio.

"O próprio Gabriel lidera os ataques, porque é muito forte nas redes. Hå uma metodologia: ele faz algum comentårio, que não é nem ofensivo, nem ameaçador, mas parece que aquilo då o start para seus seguidores.

"Na Ășltima sexta-feira, depois que eu publiquei um vĂ­deo, ele postou no meu Facebook: 'Vereador, quanta politicagem'. A partir daĂ­ começaram os xingamentos e ameaças, como 'eu sei onde sua famĂ­lia mora'. Foram 700 comentĂĄrios com ataques e ameaças. Nunca usei carro blindado na vida, mas agora estou precisando", disse Alencar Ă  reportagem.

Após ouvir 12 testemunhas, oito indicadas pela defesa e quatro pelo conselho, o parecer do relator que recomendou a cassação de Gabriel Monteiro foi publicado na terça (2).

O relatĂłrio trata as condutas de Monteiro como "deplorĂĄveis". O documento cita os vĂ­deos manipulados para o canal, as denĂșncias de sexo contra menores de idade e os assĂ©dios contra ex-funcionĂĄrios.

Desde a Ășltima terça-feira, estĂĄ em vigor o prazo de cinco dias Ășteis para que a defesa de Gabriel Monteiro apresente alegaçÔes. Depois, membros do Conselho de Ética se reĂșnem para votar o relatĂłrio. A votação estĂĄ prevista para a prĂłxima quinta-feira, dia 11.

Caso a maioria do Conselho vote pela continuidade, a cassação serå debatida em plenårio, até o dia 15 de agosto.

Em paralelo à cassação, Gabriel Monteiro divulgou, no início da semana, sua pré-candidatura ao cargo de deputado federal pelo Partido Liberal. Sua irmã, Giselle Monteiro, é pré-candidata a deputada estadual pela mesma legenda.

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