Ex-assessores de Gabriel Monteiro denunciam ameaças
Resumo da notícia
Assessores de Gabriel Monteiro depuseram na última quarta-feira
Heitor Nazaré e Vinícius Hayden confirmaram acusações de assédio sexual e moral contra Monteiro
Processo na Câmara Municipal do RJ pode levar à cassação do vereador
Na última quarta-feira (25), dois ex-assessores do vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) depuseram ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Segundo informações da TV Globo, os dois confirmaram as acusações de assédio moral e sexual contra Monteiro, além de afirmar que o político forjava vídeos na internet.
As denúncias iniciais foram feitas em abril e foi aberto um processo disciplinar contra Gabriel Monteiro por quebra de decoro, o que pode levar à cassação.
Segundo a TV Globo, um dos assessores, Heitor Nazaré, afirmou após o depoimento que todas as acusações são verdadeiras e revelou que está sendo ameaçado. “Confirmei tudo aqui, hoje. Meu compromisso é com a verdade. Cabe aí ao pessoal da bancada fazer o justo. Estou recebendo bastante ameaças e, inclusive, vou fazer o registro na delegacia”, declarou.
O outro assessor que depôs na última quarta foi Vinícius Hayden. Ele foi até a Câmara Municipal com seguranças e com um colete à prova de balas. Hayden não quis dar entrevistas, mas, em um vídeo, conta que também está sendo ameaçado.
“Perdi a minha liberdade. Tenho que andar de carro blindado, colete à prova de balas. Tenho que cercear o meu direito de ir e vir, de sair a hora que eu quero porque o vereador gravou vídeos expondo o meu número pessoal, me colocando como se fosse uma pessoa que tivesse negociado com uma pseudo máfia do reboque, que ele vive falando que é tudo a máfia do reboque dele”, disse. “Então, é basicamente isso: ele conseguiu hoje me prejudicar de uma forma que eu não consigo nem visitar a minha filha.”
Gabriel Monteiro quis entrar na Câmara de Vereador para acompanhar os depoimentos, mas foi impedido. O ato foi considerado como uma forma de tentar intimidar as testemunhas.
Depois do fim dos depoimentos, o presidente do Conselho de Ética, Alexandre Isquierdo (DEM), revelou que Monteiro vigiava colegas, com o objetivo de fazer dossiês negativos contra eles.
“Como se ele fosse fazer dossiês das vidas dos parlamentares. Foi feita uma exposição com a Laura Carneiro: havia orientação de perseguir, ficar em tocaia, investigar, observar a hora que ela chega na secretaria, sai, pra onde ela viaja, de que forma. Foi uma denúncia da testemunha. Isso surpreende a todos”, contou.
Relator do processo, Chico Alencar (PSOL) acredita que os depoimentos evidenciam “a grande promiscuidade entre o gabinete parlamentar e seus assessores e o negócio de youtuber, que é uma atividade privada”.