Flamengo nega acusação de adulterar escombros do Ninho do Urubu
Engenheiro contratado pelo Flamengo para laudo independente acusou clube de adulterar cena do incêndio.
Após o começo da segunda-feira ter sido conturbado no Flamengo, e não pela derrota no clássico para o Vasco da Gama, mas por uma denúncia de alteração de cena dos escombros do Ninho do Urubu, supostamente ordenada por Reinaldo Belotti, CEO do clube, por parte do engenheiro José Augusto Bezerra, contratado pelo clube para realizar um laudo independente, o rubro-negro se viu na obrigação de desmentir a fala do profissional.
Em entrevista concedida ao UOL Esporte, José Augusto Bezerra afirmou que Belotti teria ordenado que um funcionário arrancasse fios elétricos durante a apuração do caso. Contratado no dia 8 de fevereiro, mesmo dia da tragédia que vitimou os jovens das categorias de base, Bezerra disse ter visto o CEO do clube orientar funcionários a arrancar fios e um disjuntor que poderiam levar o clube a ser acusado de negligência no caso.
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Leia a nota do Flamengo na íntegra:
"Após tomar conhecimento, através de V.Sa., das inverídicas acusações feitas pelo senhor José Augusto Lopes Bezerra, sócio administrador da empresa Anexa Energia Serviços de Eletricidade Ltda., no sentido de que o CEO do Flamengo, Sr. Reinaldo Belotti, teria, supostamente, ordenado a uma pessoa que adulterasse alguns pontos do local do incêndio, ocorrido em 08 de fevereiro de 2019, entendemos relevante alertar ao UOL que se trata de alegação caluniosa, feita sem qualquer embasamento em provas e fatos, inventada por desafeto do Clube, o qual está sendo processado pelo Flamengo, na esfera cível e criminal. Vê-se, pois, desde o início, que o referido Senhor não possui qualquer credibilidade e, ainda, tem interesse direto em prejudicar o Flamengo, como forma de tentar influenciar as brigas judiciais travadas com o Clube, não podendo suas evidentes mentiras embasar qualquer matéria séria, por confrontar claramente com fatos, provas e situações. Não pode o UOL abandonar sua responsabilidade como veículo de imprensa sério para servir como mero instrumento de vendeta de referida pessoa, como passaremos a esclarecer. Incialmente é importante esclarecer que, imediatamente após o trágico incêndio, o Ninho do Urubu foi tomado pela Polícia Civil, pelo Corpo de Bombeiros e por diversos peritos legais. Todo o local foi prontamente examinado, fotografado e, como de praxe após essas providências, lacrado pelas autoridades. Toda perícia e todo acervo fotográfico coletado nos momentos imediatamente subsequentes ao incêndio, constam do processo criminal e podem ser examinados pelo UOL. Não há, em toda a vasta documentação produzida pelas autoridades públicas, qualquer elemento de prova que indique ou confirme a acusação leviana e caluniosa feita por esse senhor. Portanto, a grave acusação feita se mostra totalmente inverídica, uma vez existem provas no processo judicial que atestam que as autoridades fizeram a perícia e tudo registraram imediatamente, não havendo meios de modificar uma cena de incêndio já periciada, fotografada e lacrada. O que acontece de fato é que essa empresa e seu sócio tiveram seu contrato rescindido pelo Flamengo, por total falta de capacidade técnica e compromisso. Apesar de ter recebido 3 das 4 parcelas ajustadas no Contrato, a Anexa sequer iniciou a prestação do serviço, razão pela qual não restou alternativa ao Flamengo que não fosse promover a notificação de rescisão contratual, constituindo em mora a empresa contratada "em relação a devolução das 3 parcelas pagas no valor total de R$ 79.725.60 em forma de adiantamento, baseadas em expectativas de cumprimento do contrato, que se evidenciaram falsas". A partir desse momento, o sócio administrador e o advogado da Anexa passaram a adotar expedientes de má-fé, buscando criar falácias para esconder a incompetência técnica e a desídia da empresa no cumprimento das obrigações a que se comprometeu e pelas quais recebeu 75% do valor total do contrato. Dentre estas lamentáveis e censuráveis condutas, inclui-se a revelação de documentação elaborada unilateralmente pela empresa, coberta por sigilo contratual, elaboração de documentação falsa, insinuações falsas visando descredibilizar o Clube etc. Como se vê, o autor das graves e caluniosas acusações é uma pessoa que foi descartada pelo clube, diante da incapacidade técnica de sua empresa na realização do serviço para o qual foi contratada e que jamais se conformou em ter seu contrato rescindido, utilizando-se de métodos reprováveis, para se dizer o mínimo. Vale ressaltar que esta mesma pessoa, em razão das condutas acima apontadas, está sendo processada pelo Flamengo, inclusive na esfera criminal e, até mesmo seu advogado está sendo processado na Ordem do Advogados do Brasil porque o clube o considera com falta de profissionalismo e de respeito as regras da advocacia. O senhor Jose Augusto Chegou ao ponto de afirmar, de forma igualmente leviana, que uma "pessoa ligada" a diretoria lhe teria postulado uma propina para que seu contrato fosse assinado. Contudo, quando interpelado judicialmente para apontar quem lhe pleiteou propina, não apontou qualquer pessoa, demonstrando a total inveracidade da acusação. Ou seja, trata-se de pessoa desqualificada que acusa sem qualquer compromisso com a verdade, buscando obter vantagens indevidas para si e para a sua empresa. Causa espanto que, depois de 4 anos do incêndio, do exame realizado e da absurda e vazia acusação feita a pessoa desconhecida, esse senhor venha surgir com uma acusação nova, vazia e falsa, o que, por si, já serve para demonstrar a má-fé e a falta de sinceridade. O que o clube pode dizer é que jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário. A assertiva desse senhor, portanto, não se sustenta e dará espaço a novo processo criminal e cível contra ele. O Flamengo não tem nada a esconder, muito ao contrário, sempre colaborou com as autoridades, sempre atendeu às famílias e entende que essa é uma história que deve ser analisada e julgada pelas autoridades. Por mais dolorosa que seja, a história faz parte de nossa trajetória e não a queremos apagar, muito pelo contrário, mas exigimos apenas que sejam respeitadas as provas e os fatos do processo criminal, que não sejam inventados fatos e criadas fake news, para vender periódicos ou dar notoriedade a pessoas sem qualificação ou credibilidade".