Flávio Bolsonaro cita Selic para criticar PT, mas acaba atingindo gestão do pai

Taxa básica de juros teve aumento significativo nos últimos quatro anos

Flávio tentava criticar PT quando alfinetou governo Bolsonaro (EVARISTO SA/AFP via Getty Images)
Flávio tentava criticar PT quando alfinetou governo Bolsonaro

(EVARISTO SA/AFP via Getty Images)

Em uma tentativa de criticar o PT, o senador Flávio Bolsonaro (PL) acabou atingindo a gestão do próprio pai. Ele mencionou o valor atual da taxa básica de juros (Selic), em comentário sobre uma mensagem da presidente do partido e deputada federal, Gleisi Hoffmann.

A taxa, de 13,75% ao ano, é a mesma de quando Jair Bolsonaro (PL) deixou a presidência, em dezembro de 2022. Quando ele começou o mandato, a Selic estava em 6,5% - o que evidencia uma significativa elevação nos últimos quatro anos.

O que eles disseram?

No Twitter, Gleisi havia publicado que "não há economia que resista a uma taxa de juros de 13,5%. O Brasil precisa urgente de crescimento, para gerar empregos e oportunidades. O país não pode ficar esperando q (sic) o Banco Central caia na real”.

Pelo Telegram, Flávio criticou a deputada: “Pelo visto, na turma do PT é mais fácil culpar o médico pelo diagnóstico do que fazer o tratamento correto. [A] Taxa de juros baixa exige contas públicas organizadas e previsibilidade, tudo o que tínhamos no governo Bolsonaro. Em tempo: a taxa de juros está em 13,75% ao ano, não 13,5%, como informou a petista [Gleisi Hoffmann]”.

Governo Bolsonaro

Além do aumento da Selic, a gestão:

  • Deixou o equivalente a R$ 255,2 bilhões em despesas contratadas e não pagas para 2023;

  • Os RAPs (restos a pagar) se transformam em um orçamento paralelo e competem por espaço com novos gastos;

  • Houve ainda medidas populistas tomadas durante a campanha eleitoral;

  • Essas já cobram seu preço, com subida do juros e da dívida pública, segundo a DeutscheWelle.

Taxa de juros

Ontem (2), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reuniu pela primeira vez no ano e decidiu manter, pela quinta vez seguida, a taxa básica de juros em 13,75%.

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, faz apresentações sobre o comportamento do mercado e sobre a evolução e perspectivas para a economia do Brasil e do mundo.