Foliões pagam por banheiro ou usam canteiros
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sem banheiros químicos, foliões usaram canteiros das ruas da Barra Funda para fazer xixi durante o cortejo do bloco Feminista.
O desfile, que teve início no fim da tarde desta sexta-feira (22), saiu de forma independente, uma vez que a prefeitura não apoiou as festas de rua no Carnaval fora de época.
Durante o cortejo, inúmeras vezes gritos contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) foram entoados nos microfones e pelos foliões presentes.
No Butantã, zona oeste da capital, os foliões do bloco Vai Quem Quer aproveitaram a passagem por comércios para tentar usar o banheiro. Na sorveteria, um cartaz em folha sulfite informava. "Para usar o banheiro, R$ 2 ou com consumação."
Em uma casa que vende bebidas e petiscos, a dona se posicionou na porta. Quando o folião pedia para utilizar o banheiro, a resposta foi sempre a mesma. "Está lacrado".
Um homem até sugeriu que consumiria produtos, a dona respondeu, de forma ainda mais, veemente: "Está lacrado".
Na falta de opções, homens e mulheres começaram a urinar nas calçada da movimentada rua Iquirim, na Vila Indiana.
A praça Laerte Garcia, onde o bloco Vai Quem Quer fez o seu aquecimento, contava com banheiros químicos. A instalação de banheiros químicos durante o Carnaval de rua é uma das responsabilidades da Prefeitura de São Paulo. Neste ano, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) cancelou a realização do evento em janeiro e, com o arrefecimento da pandemia de Covid-19, cogita realizar em julho.