Fonoaudiólogo preso por abuso sexual tinha vídeos de pornografia infantil no celular
Primeira denúncia foi feita por uma mãe no começo deste mês
Fonoaudiólogo trancava a porta do consultório e colocava música alta
Pais eram proibidos de acompanharem a consulta com as crianças
O fonoaudiólogo Wilson Rabelo, de 30 anos, que foi preso na semana passada por abusar sexualmente de crianças, mantinha imagens e vídeos de pornografia infantil no celular.
As informações foram reveladas pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
De acordo com a titular da Depca, Fernanda Mendes, as imagens encontradas no celular não são de vítimas do fonoaudiólogo, mas de outras crianças sendo abusadas.
No Brasil, há duas normas sobre pornografia infantil: a Lei n. 8.069/90 e a Lei n. 11.829/08. Conforme elas, armazenar imagens de pornografia infantil é crime com pena de até quatro anos de reclusão.
Denúncias
Atuando há pouco mais de um ano em Campo Grande, o fonoaudiólogo pode ter atendido pelo menos 200 crianças. A primeira denúncia foi feita por uma mãe no começo deste mês.
Ela relatou ao portal G1 que na primeira consulta do seu filho, de 8 anos, foi repreendida pelo fonoaudiólogo, que disse que na próxima ela não poderia participar.
Há um mês, ela começou a notar mudanças no comportamento da criança. De acordo com a mãe, o menino teria perguntado ao irmão mais velho se "era normal o tio [fonoaudiólogo] passar a mão no pipi" dele.
"Meu filho contou primeiro para o irmão. Já fazia uns 10 dias que ele [vítima] perguntou se era normal o fono passar a mão no pênis. O meu filho disse que tinha vergonha em contar, estava com medo. Meu filho mais velho não comentou, esperou, não falou nada. Na semana passada, o mais velho falou que se ele [vítima] não falasse pra mim, ele ia contar. Aí chegaram os dois e me contaram", contou a mãe.
À mãe, o garoto contou que o fonoaudiólogo trancava a porta do consultório, colocava música e pedia para a criança subir na maca, onde praticava os abusos.