França anuncia medidas em prol das mulheres, mas não consegue acalmar revolta contra reforma da Previdência

AFP - CHRISTOPHE ARCHAMBAULT

Coincidência ou instrumentalização política? O governo Macron anunciou uma série de novas medidas favoráveis às cidadãs francesas nesta semana quando se comemorou o Dia Internacional das Mulheres. Ao mesmo tempo, a polêmica reforma da Previdência esteve no centro dos protestos de 8 de março.

Mulheres, as grandes perdedoras da reforma”: a frase virou um dos lemas dos protestos contra a reforma da Previdência na França. O projeto de lei, que prevê o aumento da idade mínima para a aposentadoria de 62 para 64 anos, é acusado de ser particularmente injusto com as francesas. Elas terão que trabalhar mais tempo que os homens para cobrir licenças-maternidade ou para compensar momentos de suas carreiras em que tiveram que optar por empregos em meio período para cuidar dos filhos.

Percebendo que a revolta das francesas aumentava, o governo juntou uma série de anúncios em benefício das mulheres. O principal deles foi revelado pelo próprio presidente Emmanuel Macron, na quarta-feira (8).

Ongs e associações feministas saudaram o anúncio do presidente. Em comunicado, a Fundação das Mulheres classificou a iniciativa como “um sinal forte para todas as mulheres do mundo”. Para a organização Osez le Féminisme (Ouse o Feminismo), essa conquista é “fruto de mobilizaçõoes feministas coletivas há meses, anos e gerações”. Já para a Federação Nacional dos Centros de Informação sobre os Direitos das Mulheres e Famílias, a constitucionalização do aborto é “um real avanço para os direitos das mulheres”.


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