França enfrenta sexto dia de greve nacional em um ano; refinarias estão bloqueadas
A França enfrenta o sexto dia de greve nacional este ano, em protesto contra a reforma da Previdência. Os jornais desta terça-feira (7) destacam a ação dos sindicatos contra o projeto do governo que pretende alterar, entre outras medidas, a idade mínima para a aposentadoria. Dos transportes à educação, passando pela energia, a mobilização é massiva: são cerca de 300 protestos em todo país, com bloqueio de refinarias e uma participação prevista de mais de 1,5 milhão de grevistas.
"O primeiro dia do resto da greve": essa é a manchete de capa inteira do jornal Libération. O diário salienta que "a greve entra numa nova fase" e poderá ser contínua em alguns setores, como refinarias, distribuição de energia e gás e coleta de lixo.
O setor ferroviário e o transporte público de Paris sofrem perturbações desde a noite de segunda-feira (6), com uma média de um metrô sobre cinco circulando e 80% dos trens de alta velocidade cancelados. A situação é parecida em outras grandes cidades como Marselha, Nice e Bordeaux.
Os sindicatos convocaram uma “paralisação” do país inteiro para bloquear o projeto do presidente Emmanuel Macron que prevê o aumento da idade mínima para a aposentadoria de 62 para 64 anos. O texto está atualmente em análise no Senado francês.
Enquanto os governistas se preocupam com as consequências de um bloqueio a longo prazo, a oposição diz estar pronta para dar sequência o movimento "até colocar a economia de joelhos". O ministro das contas Públicas francês, Gabriel Attal, diz que isso seria "colocar os trabalhadores de joelhos", cita o texto.
A reforma da Previdência enfrenta forte resistência entre a população. Dois em cada três franceses, segundo as últimas pesquisas, são contrários ao projeto.
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