Milhares na rua contra aumento da idade da reforma em França

Um pouco por toda a França o cenário é idêntico: greve geral e milhares de pessoas nas ruas contra a reforma das pensões.

O governo de Emmanuel Macron propõe alterar os critérios para a aposentação. Uma das medidas mais polémicas é o aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos, com 43 anos de descontos.

Sindicatos e partidos da esquerda prometem manter a contestação.

A participar na manifestação em Marselha, o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, classificou o movimento como "uma espécie de revolta cidadã" em protesto "contra o facto de o governo querer tirar-lhes esta coisa muito simples que é o direito de levar uma existência humana e, portanto, de deixar de trabalhar após uma certa idade, porque o corpo, a mente, os nervos, tudo está desgastado".

A greve, dizem os sindicatos, está a mobilizar mais setores do que nunca e conta já com mais participantes do que a primeira ronda, realizada a 19 de janeiro. Vários serviços, como os dos transportes, estão nos mínimos.

Os números definitivos ainda estão por apurar, mas o protesto está também a contar com a adesão dos mais jovens.

As reformas mais baixas das mulheres - geralmente penalizadas pelas condições laborais - é outra das questões que têm dominado o debate da reforma das pensões.

O governo francês já se mostrou aberto ao diálogo. Ainda este sábado a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, recorreu ao Twitter para reforçar a sua abertura ao debate "com todos os que o desejarem".

Mas, na prática, o governo francês tem estado disponível apenas para pequenas modificações, que não satisfazem os manifestantes, uma inflexibilidade que a união intersindical promete continuar a combater na rua.