Franceses se revoltam após governo Macron impor reforma da aposentadoria sem aval dos deputados
Os sindicatos de trabalhadores franceses devem se reunir ainda na noite desta quinta-feira (16) para decidir sobre os próximos passos do movimento grevista após a adoção, esta tarde, do texto de reforma da Previdência sem o aval dos deputados. O governo usou o controverso dispositivo conhecido como 49.3, número do artigo da Constituição que permite aprovar uma medida sem o voto dos parlamentares. O anúncio da decisão provocou protestos imediatos nas ruas do país.
Logo após o discurso da primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, que defendeu a reforma da Previdência e anunciou que pretendia adotar a lei sem o voto final do Parlamento, milhares de pessoas saíram as ruas em várias cidades. O protesto mais impressionante foi registrado na praça da Concórdia, em frente à Assembleia Nacional e aos pés da avenida Champs-Élysées, que foi rapidamente tomada. Objetos foram incendiados nesse local emblemático da história do país, que no passado foi palco das execuções por guilhotina.
A ponte que separa a praça da Concórdia da Assembleia foi ocupada por policiais. Tensões foram registradas no início da noite.
“Fiquei surpreso com o uso do artigo 49.3 num momento assim já tenso”, disse um manifestante à FranceInfo. “Quando vi o que estava acontecendo na Assembleia, percebi que deveria vir para cá”, justificou.
Houve manifestações também em Marselha, Dijon, Nantes, Caen, Rennes, Rouen, Saint-Etienne, Grenoble, Bourges, Toulouse e Nice.
Mélenchon disse durante a manifestação na praça da Concórdia que “estamos diante de um texto não adotado na forma de uma democracia parlamentar".
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