Gigantes da tecnologia batalham entre si por produtos mais acessíveis
Tem sido interessante ver as grandes empresas de tecnologia praticamente saindo no tapa para provar quem tem produtos mais acessíveis. Antes tarde do que nunca. Agora elas percebem que nós somos consumidores e que não nos incluir é uma péssima ideia até do ponto de vista empresarial
São vários os exemplos nesse sentido. Neste ano, em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Acessibilidade, a Apple e a Google despejaram um caminhão de novidades sobre seus produtos e serviços para pessoas com deficiências motoras, visuais, auditivas e cognitivas.
Nessa semana A Apple e a Google anunciaram uma avalanche de novas funcionalidades de acessibilidade para pessoas com deficiência, além de recursos que levam em conta a diversidade humana. Informações nos próximos tweets. Siga a sequência
— Gustavo (@torniero) May 21, 2021
Mas não precisamos ficar só no terreno dos celulares e tablets. As redes sociais também se movimentam para receber pessoas com diferentes tipos de deficiência. No ano passado, o Twitter anunciou a criação de duas equipes totalmente focadas em acessibilidade. Em maio de 2021, foi a vez da empresa detalhar os passos para tornar os Spaces, seu recurso de conversas ao vivo em áudio, uma funcionalidade acessível para todas as pessoas.
Já o Instagram lançou legendas automáticas para os vídeos maiores publicados na plataforma em 2020 e transcrição das falas nos stories em 2021 (por enquanto apenas em inglês).
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O Facebook, também dono da rede social de fotos, anunciou recentemente uma série de novas funcionalidades de áudio. Um dos diferenciais, segundo a empresa,é que todas elas vão ter legenda para torná-las acessíveis a todos.
E esse anúncio aconteceu depois que o ClubHouse, uma rede social só de conversas em áudio, foi criticado pela comunidade de pessoas com deficiência pela falta de acessibilidade. Depois do feedback, o Clubhouse passou a implementar uma série de melhorias.
Essa mudança de mentalidade é importante. A responsabilidade social empresarial é um caminho sem volta e nós, pessoas com deficiência, fazemos parte da diversidade. Acessibilidade é um direito, mas também pode ser um diferencial de negócio.
Todo esse movimento, é claro, se deve também à mobilização de quem luta pelos seus direitos. As pessoas com deficiência reivindicam produtos e serviços mais acessíveis. Cabe às empresas verdadeiramente nos ouvir.
É o que fez também o Spotify: a comunidade pediu e a plataforma anunciou que vai disponibilizar transcrições automáticas dos podcasts presentes no catálogo.
Ainda tem muito chão pela frente, como eu costumo dizer. As barreiras no digital, por exemplo, são enormes. Já falamos sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência na internet aqui.
Mas existe uma mudança em curso. E só temos a ganhar com essa disputa entre as empresas por produtos, recursos e serviços mais acessíveis.
Descrição da imagem: A mão de uma pessoa branca segura um aparelho celular. Na tela estão ícones de aplicativos de redes sociais, como Whatsapp, Instagram, Telegram, YouTube, Facebook, TikTok e outros.