Globo teria sido conivente com casos de racismo em novela
Atrizes negras de "Nos Tempos do Imperador" (2021) enfrentaram racismo e injúria racial
Resumo da notícia:
A emissora carioca enfrenta acusações de racismo nos bastidores de "Nos Tempos do Imperador" (2021)
Diretor acusado ainda foi cotado para dirigir outra novela
Ministério Público do Trabalho do RJ está prestes a finalizar a investigação
A Rede Globo é envolvida em um caso de racismo, julgado pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ). A instituição colheu depoimentos e documentos que comprovam que a emissora carioca foi conivente com casos de racismo durante os bastidores da novela "Nos Tempos do Imperador" (2021). As informações são do portal "Notícias da TV".
A decisão faz com que a Globo responda à ação civil pública e o inquérito está na última fase de apuração e análise de provas. Dez profissionais que atuaram na produção foram ouvidos e Vinicius Coimbra, diretor artístico da novela de época, também foi acusado. Em 2022, o diretor foi demitido assim que o caso se tornou público, mas a emissora foi acusada de "passar pano", pois antes da demissão, cogitou que ele dirigisse "Mar do Sertão", atual novela das seis.
Detalhes do processo
Segundo o MPT-RJ, os crimes de racismo e injúria racial aconteceram contra o elenco negro, principalmente as atrizes Roberta Rodrigues, Cinnara Leal e Dani Ornellas. As informações do "Notícias da TV" afirmam que as atrizes negras se arrumavam em local separado das protagonistas Letícia Sabatella, Mariana Ximenes e Gabriela Medvedovski. Além disso, elas também teriam sido orientadas a não conversar com o "núcleo branco", com o intuito de não atrapalhar as gravações.
Outra acusação grave é de que somente os atores negros foram obrigados a gravar a novela durante o pico da pandemia de Covid-19, em maio e junho de 2021. Os envolvidos no caso reclamaram que a emissora só tomou atitude contra o racismo quando o assunto vazou para a imprensa.
"A investigação está em curso, por ora sob sigilo. Estão sendo analisados documentos e depoimentos de testemunhas. Após esses procedimentos será ajuizada ação civil pública", afirma o MPT-RJ em nota enviada ao portal. A Globo afirma que está colaborando com as investigações e reiterou o repúdio da emissora a qualquer tipo de discriminação.