Gonçalves Dias inspira mostra só com registros de fotógrafas negras em Quintino

Oito mulheres negras formam o coletivo reunido na exposiçlão “Olhares plurais de paisagens regionais”, que será aberta segunda-feira na Escola de Teatro de Quintino (Rua Clarimundo de Melo 847). Para clicar suas imagens, Mariana Alves, Camila Bózeo, Esther Januário, Fernanda Dias, Izabelle Brum, Karoline Lima, Maria Eduarda Ramos e Marina Alves tiveram como base de inspiração o poema “Canção do exílio” (1843), de Gonçalves Dias.

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— Eu acho que qualquer trabalho, em qualquer área do conhecimento que viabilize narrativas pouco exploradas, pontos de vista de pessoas pretas, é muito importante para a história deste país, visto que não possuímos a dimensão merecida. Essa iniciativa acaba também sendo um movimento de reparação histórica — diz a fotógrafa, operadora de câmera, diretora de fotografia e cientista social Marina Alves.

A mostra foi montada também para comemorar o bicentenário da Indepenência do Brasil.

Para outra participante do projeto, a professora Heloísa de Souza, especialista em língua portuguesa e literatura e em educação das relações étnico-raciais na educação básica, “os olhares plurais destas mulheres pretas reconstroem a História”.

— Eles valorizam e recuperam o lugar de protagonismo que lhes foi roubado. Neste projeto, elas se refletem com sensibilidade nas imagens captadas por suas lentes — afirma.

Ainda sem previsão de término, a mostra pode ser vista, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.