Google Fotos volta atrás e adia mudanças na aba biblioteca
Interface permaneceu alterada por alguns dias até que voltou ao padrão anterior
Atualização foi deixada para depois para implementar “alterações adicionais”
Google planeja mudanças de privacidade sem prejuízo financeiro
As recentes mudanças anunciadas para a interface da Biblioteca do Google Fotos foram adiadas. A empresa pretende revisar mais uma vez. De acordo com a apuração do site 9to5Google, a atualização foi deixada para depois para implementar “alterações adicionais”, enquanto a renovação da aba “Compartilhar” será distribuída nas próximas semanas.
A fato inusitado é que a interface permaneceu alterada por alguns dias até que voltou ao padrão anterior, enquanto usuários de Android sequer puderam conhecer a nova seção. Ainda não foi explicado os motivos para Google ter voltado atrás.
Google planeja mudanças de privacidade sem prejuízo financeiro
Nesta quarta-feira (16), o Google disse que está trabalhando em medidas de privacidade destinadas a limitar o compartilhamento de dados em smartphones que executam seu software Android. Além disso, a empresa prometeu que essas mudanças não seriam tão perturbadoras quanto as consequências de um movimento semelhante feito pela Apple no ano passado.
Vale lembrar que as mudanças da Apple em seu software iOS em iPhones passaram a pedir permissão aos usuários antes de permitir que os anunciantes os rastreiem. Os controles de permissão da Apple - e, em última análise, a decisão dos usuários de bloquear o rastreamento - tiveram um impacto profundo nas empresas de internet que construíram negócios com a chamada 'publicidade direcionada'.
Mudanças de alto custo
Este mês, a Meta, empresa fundada como Facebook, disse que as mudanças de privacidade da Apple custariam US$ 10 bilhões (mais de R$ 51 bi) este ano em receita de publicidade perdida. A revelação pesou no preço das ações da Meta e gerou preocupações sobre outras empresas que dependem de publicidade digital. Até por isso, mesmo sem fornecer um cronograma exato para suas mudanças, o Google garantiu que apoiaria as tecnologias existentes por pelo menos mais dois anos.
Limitar compartilhamento de dados
Anthony Chavez, vice-presidente da divisão Android do Google, disse em entrevista antes do anúncio que era muito cedo para avaliar o impacto potencial das mudanças do Google - que visam limitar o compartilhamento de dados entre aplicativos e com terceiros. Mas, ele enfatizou que o objetivo da empresa era encontrar uma opção mais privada para os usuários e, ao mesmo tempo, permitir que os desenvolvedores continuassem a gerar receita com publicidade.
Acúmulo de dados sustenta a internet
Como os dois maiores fornecedores de software para smartphones do mundo, Google e Apple têm uma influência significativa sobre o que os aplicativos móveis podem fazer em bilhões de dispositivos. As mudanças para aumentar a privacidade ou fornecer aos usuários maior controle sobre seus dados - uma demanda crescente de clientes, reguladores e políticos - têm um custo para as empresas que coletam dados para vender anúncios personalizados de acordo com os interesses e dados demográficos de um usuário. Até por isso, tais mudanças são significativas - porque a publicidade digital baseada no acúmulo de dados sobre os usuários sustenta a internet nos últimos 20 anos.
Diferenças entre Apple e Google
Esse modelo de negócios, no entanto, está enfrentando mais desafios à medida que os usuários ficam mais desconfiados sobre a coleta de dados de longo alcance - em meio a uma desconfiança geral dos gigantes da tecnologia. A diferença de abordagens entre a Apple e o Google também mostra como cada empresa ganha a maior parte de seu dinheiro. A Apple gera a maior parte de sua receita com a venda de dispositivos, enquanto o Google ganha dinheiro principalmente com a venda de publicidade digital e pode estar mais aberto a considerar as necessidades dos anunciantes.
Project Sandbox do Google
O Google disse que planeja trazer sua iniciativa de privacidade, o Project Sandbox, que se limitou principalmente a reduzir o rastreamento no navegador Chrome da empresa, para o Android - o software mais usado no mundo para dispositivos móveis. O Google foi forçado a reformular sua abordagem para eliminar os chamados cookies, uma ferramenta de rastreamento, no Chrome, enquanto enfrenta resistência de grupos de privacidade e anunciantes.