Governadora em exercício do DF critica proposta de Dino de criar Guarda Nacional para proteger palácios

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, afirmou nesta sexta-feira ser contra a criação de uma Guarda Nacional. A nova força policial foi proposta pelo ministro da Justiça Flávio Dino em um pacote apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira com medidas para coibir novos atentados contra as instituições.

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Três das propostas apresentadas por Dino envolvem a criação de uma força policial para proteger órgãos federais. As outras abraçam a elaboração de um projeto de lei para punir financiadores de manifestações golpistas e o lançamento de ferramentas para “moderar” conteúdos considerados extremistas nas redes sociais.

Celina criticou que a criação da Guarda Nacional seria mais uma força de segurança para ser administrada pelo governo do Distrito Federal. Ela ressaltou que o que já providenciou as ações que precisavam ser feitas em resposta aos ataques goslpitas de 8 de janeiro, citando o reforço e construção de um novo batalhão da PM.

— Não concordamos com essa criação da Guarda, é mais uma força de segurança para ser administrada pelo governo do Distrito Federal, mesmo que seja em parceria com o governo federal. A nossa Polícia Militar dá conta sim, o que faltou no dia 8 foi um comando. A Polícia Militar nunca faltou em todas as manifestações que tiveram aqui. Então não concordamos com a criação dessa Guarda. Então acho que um reforço do batalhão que já providenciamos e a construção de um novo batalhão vão resolver definitivamente esse problema — afirmou Celina.

Celina, no entanto, afirmou que não vê a criação da Guarda como uma “interferência” do governo. Ela defendeu os policiais militares do DF afirmando que são treinados, especializados, e que eles serão acionados em caso de emergência na segurança. A governadora disse, ainda, que o assunto precisará ser discutido com políticos e parlamentares do DF.

— Não acredito que seja uma interferência, mas sim mais um comando, porque no momento principal, problema que nós tivemos, a Polícia Militar vai ter que ser acionada. Estamos falando de 15 mil homens e são esses homens que no momento necessário, são homens treinados, temos polícias especializadas. Então, assim, a criação da Guarda Nacional precisa ser discutida com os políticos, os parlamentares, os senadores aqui do Distrito Federal.